ANESP participa de atos pela recomposição da inflação do funcionalismo nesta terça, 18
A ANESP marcou presença nos atos que reuniram mais de 40 categorias do funcionalismo realizados nesta terça-feira (18), em frente ao Banco Central e no Bloco P da Esplanada dos Ministérios. Os servidores foram às ruas para pedir a recomposição da inflação dos anos em que os salários ficaram congelados. A maioria do funcionalismo teve o último reajuste em 2017.
Em assembleia da carreira, a ANESP aprovou há uma semana a participação nos atos e a abertura de uma assembleia permanente para debater, entre outros pontos, o indicativo de greve.
A vice-presidente da ANESP, Elizabeth Hernandes, se pronunciou nos dois atos do dia. Em frente ao Banco Central, destacou: “Falar em 'elite', quando se trata de servidor público ou qualquer outra categoria de trabalhadores é uma falácia que tem o objetivo de colocar os trabalhadores uns contra os outros. Quem pertence à elite não depende de salário.”
“O serviço público conta com carreiras diversas e todas devem ser respeitadas e remuneradas de modo justo e isonômico. Valorizar servidores é também valorizar os serviços públicos. É ele quem formula, implementa e planeja toda a cadeia de políticas públicas que chegam ao cidadão. Quando o SAMU salva uma vida, recolhe alguém na rua após um acidente e leva a um hospital, isso não ocorreu de repente. Por trás desse ato há uma cadeia de servidores que formularam uma política de atendimento de urgências e emergências, lidaram com o orçamento, com a compra de insumos, com a qualificação dos profissionais e com a logística que permitiu que a ambulância chegasse na hora certa para salvar uma vida”, complementou Elizabeth.
As mobilizações presenciais e virtuais dos servidores federais acontecem às vésperas do prazo final para a sanção do Orçamento Federal de 2022. No entanto, a proposta encaminhada pelo governo incluiu a previsão de R$ 1,7 bilhão para aumento do funcionalismo, inicialmente prometido somente para carreiras policiais. Sobre esse fato, em nota, a ANESP já havia se manifestado em dezembro de 2021 que: “entende que todas as carreiras federais merecem que o governo promova uma gestão de pessoal positiva, proativa e preocupada com a atração e retenção de bons profissionais. Isso significa, no mínimo, tratar com equidade todos aqueles e todas aquelas que sempre atuam com profissionalismo e competência no exercício das funções do Estado”.
Ao Estadão, o presidente do Fonacate, Rudinei Marques, avaliou a iniciativa de mobilização de tantas carreiras. "É um processo dinâmico. A ideia é fazer uma mobilização de êxito e, então, observar como o Executivo vai se comportar. A depender, a mobilização será ampliada e as carreiras podem entrar em greve a partir de fevereiro".
Nos próximos dias, as carreiras do funcionalismo federal estão consultando suas bases em assembleias específicas para definir os próximos passos da mobilização. E é o caso da assembleia permanente da ANESP. Novos atos estão previstos para as próximas semanas e há um indicativo, também em análise pelas diversas carreiras, de greve geral para fevereiro.