Em 20 anos, metade dos brasileiros terão obesidade, alerta estudo de EPPGG
Um estudo elaborado pelo EPPGG e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Eduardo Nilson, junto a outros colaboradores, ganhou repercussão nacional na semana passada, após ser apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO 2024), em São Paulo. Isso porque o estudo alerta que, mantendo-se padrões atuais, quase metade da população brasileira (48%) será obesa nos próximos 20 anos; e outros 27% viverão com sobrepeso. Isso significa dizer que 3/4 da população adulta brasileira – 130 milhões de pessoas – terão obesidade ou sobrepeso até 2044.
A investigação mostra que a prevalência de obesidade quase dobrou entre 2006 e 2019 no País. Atualmente, 34% dos brasileiros têm obesidade e 22% estão acima do peso. Os autores estimam ainda, com base em dados demográficos e epidemiológicos de pesquisas nacionais e do Estudo de Carga Global da Doença (GBD), os riscos de comorbidades associadas ao aumento excessivo de peso: são pelo menos 11 doenças associadas ao IMC (índice de massa corporal) elevado, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica, cirrose e cânceres.
Há ainda evidência de disparidades em termos de gênero e raça: para as mulheres, a estimativa de obesidade para 2030 é de 30,2%; para os homens, de 28,8%. Para o mesmo ano, a estimativa de obesidade para pessoas brancas é de 27,6%; para negros e outras etnias não brancas combinadas, de 31,1%.
Frente a este cenário, Nilson e seus colegas recomendam a implementação célere de políticas públicas “robustas” por parte do governo brasileiro: “Com base nas tendências atuais, a carga epidemiológica e econômica do sobrepeso e da obesidade no Brasil aumentará significativamente, portanto políticas robustas precisam ser implementadas no país, incluindo o tratamento dos casos existentes e a prevenção do sobrepeso e da obesidade em todas as faixas etárias”, sustentam.
Além de campanhas e foco nos casos atuais, é recomendado que o ambiente alimentar seja melhorado desde a primeira infância até a idade adulta “por meio de políticas regulatórias e fiscais que facilitem escolhas alimentares saudáveis”.
Leia matérias que saíram sobre o estudo na Folha de S.Paulo, na CNN e no jornal Metrópoles.