Folha de S.Paulo: EPPGG analisa relações do Brasil com países da América Latina

O EPPGG Marcelo Viana Estevão de Moraes escreve, na Folha de S.Paulo, sobre as relações diplomáticas brasileiras com seus vizinhos latino-americanos, em um cenário de tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China. Segundo Moraes, que é pesquisador do Centro de Altos Estudos de Governo e Administração (Ceag/UnB), o abandono da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) por parte do governo Bolsonaro significou um retrocesso para o Brasil neste campo: “Houve a subordinação da política externa a um americanismo ideológico radical de extrema direita – o trumpismo – que compromete o diálogo com o atual governo estadunidense, e a avacalhação do Itamaraty, órgão que sempre funcionou como referência de excelência burocrática para a administração civil brasileira”, critica.

A Unasul, explica o autor, foi uma organização internacional criada pelos 12 estados sul-americanos em 2008, com o objetivo de articular as ações dos diversos países nos vários campos das políticas públicas, devendo funcionar como instrumento de governança desse espaço regional. Já a Celac, criada posteriormente, em 2010, teria como vocação a concertação política e a cooperação para o desenvolvimento.

“O desafio para o Brasil é retomar o fio condutor de sua política externa ativa e altiva, evitando alinhamentos geopolíticos automáticos com potências ou blocos, tendo por base uma agenda ecumênica de paz e desenvolvimento na perspectiva do Sul Global, privilegiando a interlocução com a América do Sul e a América Latina para a consecução de uma estratégia coletiva regional”, avalia Moraes, frente ao cenário de crescentes tensões globais. Sofrendo a influência geopolítica direta dos Estados Unidos, mas com a economia cada vez mais dependente das relações comerciais com a China, o quadro é desafiador para o Brasil: “Um quadro de riscos e de oportunidades a demandar perspicácia e destreza na condução da política externa para a defesa do interesse nacional”, assevera o EPPGG.

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