EPPGG é coautor de estudo do Ipea sobre reservas de minerais estratégicos no Brasil

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), elaborado em cooperação com a Agência Nacional de Mineração (ANM), revela que o Brasil possui algumas das maiores reservas mundiais de minerais essenciais à transição energética, como grafita, terras raras, manganês, níquel e bauxita, mas não tem conseguido transformar esse potencial em produção. O EPPGG Rafael da Silveira Soares Leão é um dos autores da pesquisa, junto com Mariano Laio da Cunha e Danúbia Rodrigues da Cunha.

Apesar de reservas robustas, incluindo 19% das terras raras globais e 74 milhões de toneladas de grafita, a produção brasileira caiu de forma sistemática desde 2017. Enquanto o mundo acelerou a extração para atender à demanda por tecnologias como carros elétricos, turbinas eólicas e painéis solares, o Brasil recuou em quase todos os minerais críticos.

Segundo o EPPGG Rafael da Silveira Soares Leão, o país “está fora da dinâmica global que impulsiona a mineração para sustentar a descarbonização”. O levantamento mostra que a produção de grafita caiu, em média, 8,4% ao ano; a de manganês, 7,4%; e a de terras raras, 6,4%, indo na contramão do forte avanço mundial.

O estudo alerta que, além de produzir pouco, o Brasil não ocupa espaço relevante no refino desses minerais nem na fabricação de tecnologias verdes, ficando vulnerável como exportador de matérias-primas de baixo valor agregado. A exceção recente é o lítio, cujo aumento de produção colocou o país entre os seis maiores produtores globais.

Para avançar, os autores recomendam ações urgentes: redução de incertezas regulatórias, mais investimentos em prospecção e infraestrutura logística, fortalecimento ambiental e estímulo à indústria de transformação mineral. “O Brasil tem condições de ser protagonista, mas só será se agir agora”, conclui Leão.

Acesse o estudo “Qual a importância do Brasil na cadeia global de minerais críticos da transição energética ? Uma análise sobre reservas, produção, comércio exterior e investimentos”.


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