ANESP marca presença em ato pelo fim da violência contra mulheres
Foto: Nilson Figueiredo Filho
Os atos pelo fim da violência contra a mulher ocorreram neste domingo (7) em pelo menos 20 estados. Em Brasília, a mobilização reuniu cerca de 200 entidades e mais de 3 mil pessoas na Torre de TV. Participaram lideranças de movimentos sociais, representantes de entidades, autoridades, ministras e a primeira-dama Janja Lula da Silva. Entre as organizações presentes, a ANESP foi representada por sua presidenta, Elizabeth Hernandes. A EPPGG Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, também participou do ato.
Foto: Elizabeth Hernandes
Uma forte presença governamental foi registrada no ato com a participação das ministras da Mulher (Márcia Lopes), da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (Esther Dweck), da Igualdade Racial (Anielle Franco), dos Povos Indígenas (Sônia Guajajara), da Ciência e Tecnologia (Luciana Santos), da secretaria de Relações Institucionais (Gleisi Hoffmann) e do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social (Wellington Dias). A primeira dama, Janja Lula da Silva fez uso da palavra no ato, assim como as ministras. A manifestação teve como objetivo denunciar a escalada dos casos de feminicídio no Brasil e protestar contra todas as formas de violência contra mulheres e meninas, exigindo o seu direito de viver com liberdade, respeito e segurança.
A presidenta da ANESP, Elizabeth Hernandes, afirmou que: “Estamos vivendo uma verdadeira chacina. Em 2024, as estatísticas mostram a ocorrência de quatro feminicídios por dia. É um problema que diz respeito a toda a sociedade, inclusive aos sindicatos. Mas participei da organização do ato como cidadã, porque eu e minhas filhas somos alvos, assim como todas as mulheres. Não dá mais para naturalizar esse absurdo.”
Diante da representatividade do Executivo na manifestação e caminhos possíveis para aplacar o problema, Hernandes ressaltou que “foi muito importante ver tantas autoridades presentes, entre elas nossa colega Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Uma questão tão inaceitável e complexa não comporta soluções simples ou apenas punitivistas. Precisamos de um conjunto de políticas públicas diversas. Há estudos, por exemplo, que associam a autonomia conquistada pelas beneficiárias do Bolsa Família ao rompimento do ciclo de violência familiar.”
“É preciso fazer tudo, ao mesmo tempo e agora: ocupar as ruas, denunciar, mas também planejar e executar políticas de proteção social, especialmente para mulheres e crianças”, concluiu.
Feminicídio
Em 2024, o Brasil registrou o maior número de feminicídios desde 2015, ano em que o crime passou a ser tipificado, por lei sancionada pela então presidenta Dilma Rousseff. Foram 1.492 casos. Neste ano, mesmo que os dados não estejam sistematizados, os números de feminicídios são alarmantes. Só na cidade de São Paulo, houve 53 feminicídios em 2025, o maior número da série histórica. Já no estado de São Paulo, os feminicídios aumentaram 10% desde janeiro, de acordo com o Instituto Sou da Paz.
O avanço dos feminicídios revela uma verdadeira epidemia de violência, refletindo estruturas sociais profundamente marcadas pela desigualdade de gênero. E essa escalada não é um ponto fora da curva: os números vêm crescendo de forma contínua desde 2018.