O populismo contemporâneo no Brasil é debatido pelo EPPGG Pedro Cavalcante no Estadão
No Estadão, da terça-feira (18), o EPPGG e professor de Pós-graduação do Idp Pedro Cavalcante aborda o populismo contemporâneo no Brasil.
No artigo, o autor traça sua análise a partir da coletânea recém-lançada pelos professores Michael Bauer, Guy Peters e outros: Democratic Backs liding and Public Administration: how populists in government transform state bureaucracies (Retrocesso Democrático e Administração Pública: como os populistas no governo transformam as burocracias do Estado).
O livro propõe e aplica em diferentes países um modelo analítico para compreender como essa tendência se relaciona com a burocracia estatal e, por conseguinte, afeta as políticas públicas.
Em síntese, o populismo contemporâneo é um fenômeno complexo e com características heterogêneas e, por isso, deve ser estudado em suas diferentes dimensões – políticas, sociais, econômicas e da administração pública.
O modelo analítico de Bauer et al. (2021) se apresenta como uma abordagem sofisticada de compreensão dessa tendência, que é facilmente aplicável à atual realidade brasileira. Logo, o primeiro passo é reconhecermos que vivemos em um projeto populista deliberado com repercussões na excessiva polarização política, discursos de ódio, negligência a grupos sociais minoritários, censura e redução da liberdade de expressão e desmonte das políticas públicas, ou seja, um processo crescente de fragilização das instituições democráticas no país. Em seguida, é fundamental avançarmos nas análises e reflexões sobre essa séria questão: como nasceu, se desenvolveu e ainda persiste, inclusive em nações ‘desenvolvidas’. Somente assim, poderemos contribuir para o seu efetivo enfrentamento.