Estudo do Ipea estima número de pessoas atingidas pelas enchentes no RS; EPPGG é uma das autoras
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo inédito em que estima o número de pessoas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul: foram pelo menos 876,2 mil pessoas em 420,1 mil domicílios. Isso significa que 8,8% da população gaúcha tiveram seus locais de residência atingidos diretamente pelas enchentes e deslizamentos nos municípios do estado que decretaram estado de calamidade ou emergência (418 de 497).
A mancha de impacto das enchentes e deslizamentos, porém, atingiu um número ainda maior de municípios (484), alcançando aproximadamente 16.126 km². A análise do Ipea ainda mostrou que 9,7% da população (310,4 mil pessoas) e 9,7% das famílias (138,8 mil famílias) que se encontravam em situação de vulnerabilidade socioeconômica antes das enchentes foram afetadas.
A EPPGG Tereza Cotta, gerente de projeto do gabinete da Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (Sagicad/MDS) é uma das autoras do estudo. A elaboração das estimativas envolveu a combinação de dados de imagens de satélite, modelos computacionais, dados censitários e registros administrativos. Foram utilizados dados da mancha de impacto, do Censo Demográfico de 2022 e do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único) de abril de 2024.
“O estudo foi uma parceria envolvendo o MDS e o IBGE, e traz estimativas inéditas a partir de dados em alta resolução espacial sobre a população geral e a população em situação de vulnerabilidade socioeconômica que foram atingidas pelos eventos climáticos no Rio Grande do Sul”, explicou Rafael Pereira, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e outro dos autores da nota.