Estadão destaca Movimento Pessoas à Frente e participação da ANESP
Matéria do Estadão publicada nesta terça (14), dá destaque ao Movimento Pessoas à Frente, que reúne iniciativa privada e servidores públicos para discutir reforma administrativa. A ANESP participa do grupo, que busca elevar o debate sobre gestão pública no Brasil.
Surgido durante a pandemia, o Movimento quer apoiar o poder público brasileiro no aperfeiçoamento da gestão de Recursos Humanos. Grandes nomes da iniciativa privada participam da iniciativa, como a Fundação Lemann, e instituições como a Fundação Dom Cabral e a Fundação Getulio Vargas fazem parte. Mas o diferencial é que nesse grupo também há servidores dos mais diversos órgãos, como o Ministério da Economia, Conselho Nacional de Secretário de Estado da Administração (Consad), Tribunal de Contas da União (TCU), entre outros.
É um grupo que está pensando em um Estado mais efetivo com a participação de quem vive o dia a dia do funcionalismo público. E tem o objetivo de acabar com o estigma que os servidores enfrentam no Brasil.
Pedro Pontual, presidente da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas (Anesp), afirma que houve resistência dos trabalhadores do setor público, costumeiramente acusados de serem ineficientes pelos representantes da iniciativa privada. Mas, com o tempo e algumas discussões, o grupo conseguiu trazer vozes plurais e criar um cenário mais amplo para a discussão do problema. Pontual admite que existem distorções no setor público, mas que atingem apenas uma minoria dos servidores - e foi algo que passou a ser visto com mais atenção pelos representantes do terceiro setor e da iniciativa privada.
“Na questão de gestão de desempenho, por exemplo, é preciso fazê-la sabendo das condições em que as pessoas estão trabalhando. Como vamos avaliar um profissional de TI que não tem nem computador para trabalhar?”, questiona ele. “Discutir auxílio moradia para quem reside na mesma cidade onde trabalha e possui casa própria é válido, mas existem cargos que precisam fazer deslocamentos e o servidor não pode levar a família. Nem todo auxílio moradia é privilégio. É algo que tem também na iniciativa privada.”
Atualmente, o grupo tem quatro frentes de trabalho: gestão de desempenho, modelos de carreiras, matriz de vínculos e segurança jurídica e políticas de liderança. Apesar do pouco tempo de existência, o Pessoas à Frente tem auxiliado em diversas discussões, como a própria reforma administrativa e a Medida Provisória 1.042, que fala sobre a simplificação da gestão de cargos em comissão e de funções de confiança.