Sistema Nacional de Inovação é tema de artigo de EPPGG na FGV
O que faz uma economia ser mais inovadora? Essa é a resposta que o EPPGG Pedro Cavalcante busca em artigo publicado nesta quarta-feira (24/01) nos cadernos Gestão Pública e Cidadania, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em sua análise do cenário brasileiro, dois gargalos da macro política de inovação precisam ser enfrentados. O primeiro envolve a magnitude dos investimentos públicos e privados, em especial, em educação, pesquisa e infraestrutura: “No âmbito governamental, o desafio atual é reverter o intenso desmonte que as políticas desses setores sofreram nos últimos anos. Nessa direção, o atual governo vem incrementando as execuções dessas funções orçamentárias, embora ainda em patamares bem distantes do padrão de dispêndios das nações líderes mundiais em inovação”, aponta Cavalcante.
Além disso, o EPPGG entende ser essencial para a efetivação de um Sistema Nacional de Inovação uma contribuição mais ativa do empresariado que, historicamente, investe pouco em pesquisa e desenvolvimento no Brasil. A título de comparação, apenas quatro empresas nacionais figuram entre as 2.500 que mais investem em pesquisa e desenvolvimento no planeta, muito abaixo, por exemplo, dos Estados Unidos e da China, que possuem 827 e 679 nesse rol de firmas.
O segundo gargalo, aponta o autor, envolve a governança da política de inovação no Brasil, que – apesar de sua arquitetura possuir uma diversidade de organizações e um razoável leque de instrumentos –, é marcada por mudanças institucionais do tipo de substituição, isto é, processos de constante extinção e criação de novos programas sem as devidas avaliações de resultados e apropriações dos aprendizados: “Essa volatilidade também se reflete no financiamento das medidas governamentais, muito diferente, por exemplo, dos EUA que se destaca pela perenidade e resiliência a choques externos, gerando benefícios de médio e longo prazo no Sistema Nacional de Inovação”, avalia.
Por fim, Cavalcante reafirma a necessidade de superação das dificuldades de coordenação dentro e fora do setor público para avançar nessa pauta. Nesse sentido, ele vê como positivo o empenho que o governo federal tem dedicado na formulação de pacotes de políticas, como o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Nova Estratégia Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação e a Estratégia de Neoindustrialização, alinhados às megatendências de economia verde e digital: “Se bem implementados podem contribuir para o sonhado processo de desenvolvimento nacional sustentável e inclusivo”, finaliza.