“Nova Indústria Brasil”: EPPGG discute neoindustrialização na Revista Fórum
Após o lançamento recente do “Nova Indústria Brasil”, plano de neoindustrialização nacional, o EPPGG Paulo Kliass publicou artigo na Revista Fórum em que avalia o plano do governo federal – e, em certa medida, responde às críticas que o processo vem sofrendo. Afinal, em sua análise, trata-se de um conjunto muito bem elaborado de diretrizes e linhas de ação voltados para recuperar o atraso que o Brasil enfrenta no setor:
“O processo dramático de desindustrialização precisa urgentemente ser revertido, para que se criem condições de se retomar os rumos de um modelo de desenvolvimento de médio e longo prazos”, escreve Kliass. Para ele, os primeiros passos foram dados logo no início deste ano, com a recriação do Ministério da Indústria e Comércio (MDIC). Com isso, foi restabelecido o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e, em julho, foi anunciado um plano de neoindustrialização com a previsão de aporte de recursos da ordem de R$ 106 bilhões. Isso tudo antecedeu o anúncio do “Nova Indústria Brasil”.
Embora teça elogios à iniciativa, Kliass avalia que a maior dúvida que permanece refere-se à capacidade de o governo conseguir realizar despesas de investimento tão volumosas. Neste sentido, ele cita o Novo Arcabouço Fiscal, instrumento limitador dos gastos públicos que inibe o crescimento das rubricas de dispêndios e de investimentos públicos: “O estabelecimento adicional da ‘meta zero’ para o resultado fiscal primário de 2024 também deverá contribuir para dificultar ou mesmo impedir que os desembolsos previstos no ‘Nova Indústria Brasil’ possam ser efetivados”, avalia.
Tecendo críticas ao pensamento neoliberal, Kliass defende o protagonismo estatal e a superação das “amarras da austeridade fiscal”: “Não basta apenas apelar para o sentido de responsabilidade dos grupos empresariais. Enquanto não for recuperado o protagonismo do Estado no processo econômico, o capital permanecerá acomodado em seu canto, satisfeito com os ganhos proporcionados pelo parasitismo financista. E para isso, as amarras da austeridade fiscal devem ser superadas e deixadas de lado”, conclui.