EPPGGs debatem Programa de Gestão e Desempenho (PGD) e “estabilidade-ágil”
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Em artigo publicado no portal Contexto Brasil, os EPPGGs Valéria Moraes e Roberto Pojo debatem aquele que julgam “o paradoxo central de nosso tempo”: preservar robustez institucional (legalidade, transparência, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência) e, ao mesmo tempo, ganhar plasticidade para responder a contextos voláteis e interdependentes.
É diante desta problemática que os autores falarão sobre a “estabilidade-ágil” e o Programa de Gestão e Desempenho (PGD), instrumento capaz de operar como “infraestrutura leve de acoplamento entre estratégia, operação, evidências e desenvolvimento de capacidades”. “Não se trata de substituir a burocracia, mas de reconfigurá-la para manter ossatura normativa e coerência estratégica enquanto incorpora ciclos curtos de feedback, aprendizagem organizacional, experimentação controlada e recombinação modular de capacidades”, escrevem.
Moraes e Pojo explicam, ainda, que a estabilidade-ágil articula duas dimensões importantes: (a) estabilidade institucional (regras claras, responsabilização, memória organizacional) e (b) agilidade adaptativa (experimentação, ajustes iterativos, interoperabilidade, aprendizagem transversal). “Sem estabilidade, há volatilidade oportunista; sem agilidade, instala-se a paralisia procedimental. Superar o dilema requer mecanismos que clarifiquem mandatos e abram canais estruturados para variação e refino”.
Em relação ao PGD, explicam que “não é só intenção estratégica nem apenas rotina administrativa”. O programa atua no interstício entre missão e execução, conectando valores e objetivos com estruturas mínimas de decisão, coordenação e aprendizagem reproduzíveis no cotidiano. Por isso é “infraestrutura leve de coerência”: poucos artefatos centrais (plano de entregas, plano de trabalho, registro, avaliação, repactuação) que conectam propósito institucional a microações distribuídas, reduzindo a desconexão entre o que se declara e o que se faz.
Segundo os autores, o PGD materializa a estabilidade-ágil em três eixos integrados: (a) Desempenho operacional das unidades: planos de entregas (art. 18) com metas, prazos, demandantes e destinatários estruturam a “coluna vertebral” estável; (b) Conexão estratégica e macroprocessual: objetivos orientados a resultados e evidências alinham níveis individual, da unidade e institucional; e (c) Arranjos flexíveis e delegação assistida: mudança do controle de frequência para responsabilização por entregas da unidade desloca o eixo de comando-controle para a consistência entre planejamento, execução, registro e avaliação. Possibilidade de alocação de carga horária a entregas de outras unidades e times volantes viabilizam modularidade sem desancorar responsabilidades. Metas coletivas claras e pactuadas permitem delegar sem recorrer ao microgerenciamento.
“Ao acoplar planejamento, execução e evidências em cadência leve, [o PGD] oferece um caminho pragmático para estabilidade-ágil: conservar a espinha normativa enquanto habilita variação responsável e aprendizagem cumulativa”, concluem. Leia o artigo completo.