Na BBC, EPPGG aponta que aumento da fome no Brasil não é só efeito da pandemia

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Em reportagem da BBC, publicada no dia 28 de junho, que analisa o aumento do número de brasileiros que passam fome, a EPPGG e socióloga Letícia Bartholo foi ouvida.

O atual contexto de pandemia, em que se verifica o número de 19 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar, pode estar mascarando os reais motivos pelos quais se chegou a essa situação.

É fato que a pandemia agravou o problema da fome no Brasil e em vários outros países, mas não é só o efeito da covid que explica a piora no nível de segurança alimentar dos brasileiros, que já vinha se agravando antes do coronavírus.

 A EPPGG Letícia Bartholo afirma que "a desestruturação das políticas públicas voltadas aos mais vulneráveis foi agravada com a pandemia, mas ela ocorre desde antes".

Parte da explicação está na cobertura e nos valores do maior programa de transferência de renda, o Bolsa Família. O primeiro problema, diz ela, é a defasagem da chamada linha de pobreza (ou seja, o corte que define quais famílias têm direito ao benefício). Hoje têm direito ao benefício famílias com renda familiar per capita de até R$ 178. No começo do programa, esse valor era de R$ 100. Se estivesse atualizado, segundo os cálculos de Bartholo, o valor deveria estar hoje em torno de R$ 250.

"Essa desatualização é preocupante porque cria duas filas no Bolsa Família: já temos um problema da fila por falta de orçamento, das famílias que cumprem os critérios e não são atendidas, e aí tem uma outra fila — de pessoas que são pobres, passam fome, mas não são consideradas pobres administrativamente", explica.

Leia a íntegra da reportagem.


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