Instituto Humanitas: EPPGG dá entrevista sobre dívida pública e desigualdade
O EPPGG Paulo Kliass foi entrevistado pelo Instituto Humanitas Unisinos (IHU), onde falou sobre dívida pública e desigualdade no Brasil. Kliass, que é economista, aponta que entre abril de 2023 e março de 2024, o País já gastou R$ 935 bilhões com o pagamento de juros da dívida pública. Por trás disso, em sua análise, está a “continuidade da reprodução da desigualdade social, econômica e regional que o Brasil atravessa há décadas”. Em sua fala, o especialista critica o alto patamar da taxa básica de juros, a Selic, o que afeta fortemente – em sentido negativo – a desigualdade, “uma vez que a taxa de juros nas alturas compromete de maneira bastante acentuada as despesas financeiras do orçamento público”.
Kliass também comentou os dados divulgados pela última edição da PNAD, em maio de 2025, que apontam para uma ligeira redução dos níveis de desigualdade no Brasil: “Ainda que haja uma redução pequena da desigualdade, a renda, por exemplo, dos 10% mais ricos do Brasil, é 13,4 vezes maior do que a renda dos 40% mais pobres. Ou seja, a condição de vida e, portanto, de renda daqueles que se situam no topo da nossa pirâmide da desigualdade é acentuadamente melhor, não apenas dos 10% mais pobres, mas do que os 40% mais pobres”.
Indo além em sua crítica, o EPPGG afirma que a PNAD não permite ver o nível real da desigualdade econômica por não incorporar rendimentos como os derivados das rendas associadas a ganhos financeiros, ganhos dos acionistas e, principalmente, ganhos patrimoniais. “Quando, nesta análise, se incorporam os patrimônios financeiro, imobiliário e empresarial, os níveis da desigualdade ficam ainda mais evidentes”.