Mudanças deixam prova mais complexa

No dia 22 de junho, o Ministério do Planejamento, Gestão e Orçamento (MPOG) divulgou a abertura de uma das seleções mais esperadas pelos concurseiros. O certame vai contratar 100 novos especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EEPPG). Graduados em qualquer área de formação poderão concorrer ao cargo, que oferece salários de R$ R$ 10.905,76. O processo seletivo, entretanto, trouxe novidades que, segundo especialistas no assunto, vão fazer com que essas sejam as provas mais difíceis da história de concursos para a função.

As alterações dizem respeito ao conteúdo e à forma de aplicação das provas. Novos temas serão exigidos e, pela primeira vez, as provas objetivas e as dissertativas serão realizadas em dias diferentes. Somente os aprovados nos testes objetivos serão submetidos aos exames dissertativos, que acontecerão quinze dias após as primeiras provas. Nos concursos anteriores, todos os candidatos eram submetidos às duas avaliações (objetivas e dissertativas). "Essas mudanças estão preocupando a mim e a vários outros interessados neste concurso", afirma Douglas Vilas Boas, aluno de um cursinho para concursos de Brasília. "Eu costumo estudar com base nas últimas provas para este cargo. Mas com estas mudanças, elas já não servem mais como parâmetro", completa.

Em entrevista ao Correioweb o professor Alessandro Fontinelli, que dá aulas de administração pública em preparatórios para concursos, explica que os candidatos devem ficar mais atentos, mas não há motivo para desanimar. Segundo ele, disciplinas gerais como Português, Raciocínio Lógico e Direito não sofreram modificações significativas. Alguns temas específicos, no entanto, serão mais cobrados. É importante que os participantes saibam articular os assuntos de forma perspicaz para responderem as questões que envolvam administração pública, administração geral, macroeconomia, microeconomia, economia do setor público e ciência política.

Durante os testes, os concorrentes vão encontrar questões em formatos variados: para as avaliações dissertativas, o edital prevê muito mais do que uma simples redação. Os participantes deverão também responder a quatro questões discursivas e elaborar uma análise de caso.

Fontinelli salienta que as alterações são extremamente pertinentes para o processo seletivo e ajudarão a escolher os melhores profissionais. "O concurso que seleciona gestores públicos deve ser exigente. Trata-se da carreira mais importante do Poder Executivo. Muitos projetos do governo, como o Bolsa Família, por exemplo, foram elaborados por gestores. Hoje, há também dois profissionais desta área atuando como secretários do Ministério do Planejamento. Isso é uma responsabilidade muito grande" , argumenta.

Ainda de acordo com o professor, os exames vão privilegiar a capacidade analítica do candidato. "Aqueles que melhor souberem articular e explicar suas idéias têm mais condições", orienta Fontinelli. "A dica que eu dou para os candidatos é que eles estudem mais os conteúdos específicos. Em uma seleção grande e disputada como essa, a maioria dos concorrentes já conhece bem os assuntos gerais. Por isso, quem tiver domínio dos temas específicos vai se destacar", ensina o professor.

Vale lembrar que as inscrições para o concurso estarão abertas no período de 25 de junho a 12 de julho pelo site www.esaf.fazenda.gov.br. O valor da taxa de participação é de R$ 130.

Depois das provas objetivas e discursivas, os candidatos passarão também por avaliação de títulos e de experiência profissional. A segunda e última etapa da seleção corresponde ao curso de formação, de caráter eliminatório e classificatório.

As provas serão aplicadas nos Centros de Treinamento da Esaf nas seguintes localidades: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). As provas obejetivas serão aplicadas no dia 30 de agosto.

Clique aqui para conferir o edital de abertura.

Fonte: Lídia Rezende / CorreioWeb