Políticas sociais para a nação
Perfil: Patrícia Audi
Diretora da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE)
Inserir um novo modelo de governança nas políticas públicas do governo federal. Essa é a meta de Patrícia Audi, diretora da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE). Questionada sobre um hobby, em entrevista à reportagem da revista Gestão Pública & Desenvolvimento, Patrícia sintetiza: “correr”. E ao ser perguntada sobre o que desejaria que o Estado oferecesse aos seus filhos, a gestora dispara: “Não tenho uma visão pessimista em relação ao Estado ou ao governo. Quando penso no futuro, não penso nos meus filhos, mas na população do País. Desejo ver a parcela da população mais excluída com acesso às políticas públicas básicas, como educação, saúde e acesso à justiça.”
Patrícia é clara e objetiva nas respostas,e praticamente impessoal na sua postura. Não está muito interessada no que já fez e aconteceu. Está de olho no porvir – nas políticas de Estado, que transpassam esse governo, e que estão em suas mãos. “Políticas construídas em conjunto”, enfatiza a diretora. Mas que, ela reconhece, começam a ter uma característica sua: a visão social. A diretora exerce o cargo na SAE há cerca de um ano. Antes disso, porém, já havia recebido prêmios como Mulheres Mais Influentes do Brasil, categoria Direitos Humanos; e Prêmio Cláudia, categoria Trabalho Social. Os prêmios são o reconhecimento de uma carreira que já percorreu os três poderes, além de uma organização internacional e a iniciativa privada.
Patrícia Audi já foi Secretária de Gestão Adjunta do Ministério do Planejamento, onde formulou políticas e práticas de modernização e inovação administrativa no Governo Federal; dirigiu por seis anos o projeto de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), considerado pela OIT como a melhor experiência internacional da Organização; e foi Diretora de Benefícios da Previdência Social, durante dois anos, quando era responsável pelo pagamento dos mais de 21 milhões de aposentados e beneficiários brasileiros. A atual diretora da SAE também já foi Coordenadora Nacional do Programa Nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça; e já integrou a diretoria de Administração do Supremo Tribunal Federal. Como Gerente de Contas do Citibank, foi responsável por uma carteira com mais de mil clientes.
Todos esses dados foram retirados do currículo de Patrícia Souto Audi, administradora e especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Pessoalmente, a diretora da SAE concentrou-se em definir sua função atual: “formular estratégias que permitam solucionar problemas identificados pela SAE nas áreas de saúde, trabalho, transferência de renda, assistência social e gestão, como fundamentais para o desenvolvimento sustentável do país, em sintonia com as diretrizes e políticas definidas pelo Ministro, assim como articular politicamente a aprovação e implementação das mesmas com atores do setor público, privado e da sociedade civil”.
Parece complicado, mas Patrícia simplifica, dizendo que mantém um relacionamento estreito com os ministérios das pastas relacionadas, contribuindo com sugestões, assessoramento e apoio técnico. A diretora enfatiza que o mais importante é aprimorar essas políticas executadas pelos ministérios com uma visão a longo e duradouro prazo. “Propomos uma visão de Estado, para que as políticas sejam enxergadas como estudantes também para demais governos brasileiros”, diz.
Patrícia cita que uma das suas preocupações está relacionada ao desenvolvimento da gestão do País, tema da Agenda Nacional de Gestão Pública, lançada pelo Ministro Roberto Mangabeira Unger, em parceria com o Movimento Brasil Competitivo. “A melhoria da gestão é importante porque precisamos de um Estado que garanta que as políticas sejam feitas, que tenha parâmetros mínimos para garantir que serviços sejam oferecidos. As políticas passam por um Estado que hoje não existe”, denuncia.
No entanto, a diretora conta que, além da implementação de uma agenda nacional, as novas políticas estão sendo pensadas de acordo com um conceito de governança com base na participação social. Assim, sentada em uma importante cadeira do Executivo, Patrícia Audi realiza o seu trabalho pensando muito além da ampla sala localizada no Ministério do Exército. Ela defende a formulação de políticas com a “visao cuidadosa da heterogeneidade da sociedade brasileira” e atua como servidora pública de fato. Quer dizer, de acordo com seu conceito: “Não sei qual visão as pessoas têm do serviço público, mas para mim, o servidor público é aquele que enxerga o seu trabalho como uma contribuição para a melhoria dos serviços públicos. Ele deve ter uma noção de civismo acentuada em relação a sua função”.
Fonte
Gestão Pública & Desenvolvimento
Larissa Leite