Belchior, a superministra
Matéria do jornal “Correio Braziliense” fala sobre o perfil da futura titular do Ministério do Planejamento. Por continuar a gerenciar o PAC e passar a coordenar políticas setoriais, ela é candidata a se tornar uma das principais ministras na gestão da presidente Dilma Rousseff
Escolhida pela presidente eleita, Dilma Rousseff, para chefiar o Ministério do Planejamento nos próximos quatro anos — no lugar de Paulo Bernardo —, a petista Miriam Belchior, que iniciou a carreira no interior de São Paulo, tem tudo para se tornar uma ministra com superpoderes na Esplanada. Além de chefiar uma pasta estratégica, ela irá acumular a gerência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deu pistas de que poderá coordenar as políticas setoriais de infraestrutura, segurança pública e área social. As duas atividades, hoje, são atribuições da Casa Civil.
Miriam promete reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços prestados pela administração pública federal. Com experiência na área orçamentária, por ter sido secretária de Administração da prefeitura de Santo André no fim dos anos 1990 — e atualmente coordenar o PAC — ela tem o desafio de aumentar a eficiência da máquina com recursos, segundo ela, muitas vezes inferiores aos desejados.
Para ter sucesso na empreitada, a futura ministra, de 52 anos, garantiu, durante discurso de 13 minutos, que seu trabalho será baseado em três eixos: planejamento das ações do governo, melhoria da qualidade do gasto público e avanço da gestão pública. “Queremos recuperar o planejamento. Nos últimos oito anos, retomamos o caminho. A área social é exemplo disso. Alcançamos resultados significativos, para não dizer espetaculares, no combate à pobreza e na redução da desigualdade social”.
Ela sinalizou, ainda, que terá atribuições adicionais na gestão de Dilma. “Faremos uma interlocução das áreas, assim como fizemos com a agenda social e com o PAC. Tivemos a felicidade de trabalhar com todo o ciclo de planejamento, desde a implementação das políticas ao processo de mudanças no meio do caminho. Vimos os resultados no fim”, comemorou.
Parceria
A futura ministra acredita que a união de planejamento e boa capacidade gerencial será capaz de resolver os principais desafios do país. “A presidente eleita vai priorizar essa ferramenta de planejamento. Com isso, Dilma acredita que é possível tornar o Brasil uma das maiores economias do mundo e um país menos desigual.” Miriam também afirmou que será parceira permanente do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na busca da meta de consolidação fiscal.
Com mestrado em administração pública e governo pela Fundação Getulio Vargas, Miriam promete continuar valorizando o servidor público, mas com uma ressalva. “De maneira responsável e dentro dos nossos limites.” Segundo ela, há exemplos de boa gestão no governo Lula. “Quem iria imaginar, há oito anos, que hoje não existiriam filas nos postos de atendimento do INSS? Isso foi resultado de um esforço enorme de todos”, lembra.
A futura ministra está no governo Lula desde 2003. Há quatro anos, é uma das principais gestoras do PAC. Foi casada com o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002. Os dois já estavam separados quando ele foi morto. Nos próximos dias, dedicará seu tempo para a realização do último balanço do PAC deste ano.
Fonte
Correio Braziliense – 25 de novembro de 2010