Ipea apresenta estudo sobre os Recursos Humanos do setor público
Levantamento indica que contratação de 155 mil servidores durante o governo Lula serviu para recompor a força de trabalho da Administração Pública Federal. Entretanto, falta definir política de gestão de RH mais consistente
A contratação de 155 mil servidores públicos durante os oito anos de governo Lula ocorreu sem causar descontrole de gastos, mas é preciso definir políticas de gestão de recursos humanos claras para que as carreiras do funcionalismo fiquem mais bem estruturadas. Essas foram as duas principais conclusões obtidas pelo Comunicado Ipea nº 110 – Ocupação no setor público brasileiro: tendências recentes e questões em aberto, de autoria dos técnicos de Planejamento e Pesquisa José Celso Cardoso e Roberto Nogueira.
O estudo avaliou a evolução dos vínculos de trabalho do funcionalismo, sobretudo na esfera federal, ao longo de 20 anos. De acordo com o documento, o número de servidores ativos na Administração Pública está retomando patamares do início dos anos 90. Em 1992, pouco mais de 680 mil servidores atuavam nos órgãos públicos da União. Houve então uma queda gradual nesse número, gerada principalmente pela aposentadoria de servidores e escassez de concursos para repôr a força de trabalho. Em 2002, a quantia chegou a 540 mil. Desde então, foi reiniciada a contratação de mão-de-obra. No fim de 2010, cerca de 640 mil servidores estavam em atuação no âmbito Federal.
Segundo a pesquisa, apesar das contratações, não houve descontrole nos gastos com pessoal, pois a relação Despesas x Arrecadação sofreu poucas variações ao longo da primeira década do século 21.
Os técnicos, porém, levantam questões que devem ser observadas pelo governo para promover melhorias qualitativas nos recursos humanos do setor público. Um ponto crucial é em relação aos concursos. De acordo com a pesquisa, o governo deve analisar se o atual modelo é satisfatório para selecionar servidores com perfis adequados para cada função. Os pesquisadores sugerem também outros aspectos a serem observados: planos de cargos e carreiras, aposentadorias e programas de capacitação permanente dos servidores.
O lançamento do estudo ocorreu na última quinta-feira (08). Para acessar a íntegra do documento, clique aqui.
Fonte
Assessoria de Comunicação ANESP