Na TV Senado, EPPGG Paulo Kliass avalia propostas econômicas de “Estado mínimo” de Javier Milei
O EPPGG e economista Paulo Kliass participou nesta terça-feira (28/11) do programa “Agenda Econômica”, na TV Senado, que debateu aspectos do programa econômico de Javier Milei, presidente recém-eleito na Argentina – entre eles, as propostas de dolarização da economia e o fechamento do Banco Central.
Na opinião de Kliass, tais medidas podem – ao contrário do que defendem seus proponentes e defensores do “Estado mínimo” – agravar a crise no país vizinho, cuja inflação até outubro marcava 127%: “Na hora que você adota uma moeda estrangeira como sendo o padrão monetário do seu país, você perde uma coisa fundamental, que é a soberania monetária. Você vai depender completamente das decisões de um governo, de um Banco Central e do tesouro de um país sobre o qual você não tem nenhum controle”, alerta.
O EPPGG relembra o caso do Equador, que adotou a dolarização da economia e que, porém, não superou suas dificuldades socioeconômicas com isso: “Os estudos que são feitos a respeito da realidade econômica e social do Equador mostram que a crise que eles pretendiam resolver com a dolarização não só não foi resolvida, como foi piorada”, aponta.
Por tudo isso, Kliass avalia as medidas de Milei como “extremamente arriscadas”, sem que tragam, em tese, nenhum benefício para a economia argentina: “Vai ter um jogo de pressão e contrapressão, seja nos lobbies dos ministérios a serem empossados ou mesmo no congresso argentino, para encontrar alguma solução, do meu ponto de vista, que não seja tão extremada como, por exemplo, essa ideia de fechar o Banco Central. Isso é uma loucura”, sublinha.