“Entre as piores do mundo”: EPPGG faz balanço da economia brasileira no governo Bolsonaro
Crescimento do PIB, taxa de investimentos, índice de desemprego e inflação: a partir destes 4 eixos, o EPPGG Emilio Chernavsky, que é doutor em economia pela USP, traz à tona a posição desfavorável que o Brasil ocupa, hoje, na economia global - “entre as piores do mundo”, crava o título de seu artigo.
As afirmações contundentes partem de uma análise do especialista das últimas previsões do FMI para a economia mundial, publicados no World Economic Outlook, publicação semestral que apresenta a visão do fundo sobre a evolução da economia global. Entre os números, Chernavsky destaca (negativamente):
O PIB do Brasil crescerá apenas 0,8% em 2022. Isso coloca o país com uma das taxas mais baixas do mundo no ano, a 180° entre 193 países;
A taxa de investimento está prevista em apenas 17,1% do PIB, entre as menores do mundo (147º entre 170 países). O percentual está muito abaixo da média mundial (27,3%) e da América Latina e Caribe (20,5%);
A taxa de desemprego (13,7%) no país permanece em 2022 entre as mais altas do mundo (8º entre 102 países com essa informação);
A inflação, mesmo prevista de forma otimista em 6,7%, é a 68º taxa mais elevada entre os 192 países para os quais há dados para o ano.
Para o autor, a agenda econômica ultraliberal do governo Bolsonaro é a responsável pelo mau desempenho brasileiro: “Não faz sentido atribuir a responsabilidade por essa decepcionante posição relativa do país às condições externas, nem tampouco à pandemia, que não se abateu apenas sobre o Brasil, mas se espalhou ampla e rapidamente em todo o planeta. Essa responsabilidade deve ser buscada na política econômica singularmente ultraliberal que guia o governo Bolsonaro e que levou o crescimento do PIB em 2019, antes da pandemia, a já desapontar como o 144º mais baixo entre 194 países”, conclui.