Brigas de família e desemprego levam pessoas à rua, mostra estudo de EPPGG
Divulgado na segunda, 11/12, o estudo “A População em Situação de Rua nos Números do Cadastro Único”, de autoria do EPPGG Marco Natalino e editado pelo Ipea, aponta que briga de família e desemprego são os motivos mais citados por pessoas em situação de rua para explicar sua circunstância.
Reforçando o papel da carreira em apoiar políticas públicas baseadas em evidências, o documento foi publicado no mesmo dia em que o Governo Federal lançou o Plano de Ação e Monitoramento para Efetivação da Política Nacional para a População em Situação de Rua.
Das 227.087 pessoas em situação de rua até agosto de 2023, 69% são negras e 22,5% estão na rua há mais de cinco anos, revela o estudo. Entre os adultos, 29% não têm título de eleitor e 24% não possuem carteira de trabalho. Só 1% têm emprego com carteira assinada e 69% dos adultos fazem alguma atividade para ganhar dinheiro. Apenas 58% das crianças e adolescentes de 7 a 15 anos frequentam a escola.
“O estudo faz um diagnóstico da situação atual no Brasil como um todo. Apresenta e analisa uma série de informações sobre as causas da situação de rua e sobre o perfil das pessoas nessa situação, incluindo o acesso a políticas sociais. O Cadastro Único é uma fonte riquíssima de informações sobre esse público, e o estudo, ao analisar e disseminar essas informações, permite que aprimoremos as políticas públicas voltadas para eles. Por exemplo, o estudo aponta que pessoas que estão em situação de rua por causas econômicas tendem a ficar menos tempo nas ruas”, relata Natalino.
Problemas familiares e desemprego são as razões mais apontadas por pessoas em situação de rua para explicar sua circunstância. A exclusão econômica, dimensão que envolve o desemprego, a perda de moradia e a distância do local do trabalho, é citada por 54% das pessoas. Problemas de saúde – particularmente, mas não somente, aqueles relacionados à saúde mental – são apontados por 32,5%. A fragilização ou ruptura de vínculos familiares é citada por 47,3% e lidera a estatística que leva em consideração somente os motivos individuais.
O Plano Ruas Visíveis, lançado pelo Governo, destina R$1 bilhão para medidas que envolvem: Assistência Social e Segurança Alimentar; Saúde; Violência Institucional; Cidadania, Educação e Cultura; Habitação; Trabalho e Renda; e Produção e Gestão de Dados.
“A gestão da informação é hoje elemento estratégico de qualquer planejamento, tanto para a formulação quanto para o acompanhamento e revisão do planejado. E, para essa população, que é tão invisibilizada, tão ausente dos registros oficiais, isso é ainda mais importante. Tanto é que a Produção e Gestão de Dados é um dos sete eixos estruturantes do Plano Ruas Visíveis”, afirma o EPPGG.