EPPGG lança livro de poemas na 33ª Feira do Livro de Brasília

A Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) da 5ª Turma Ana Beatriz Cabral lança, no dia 18 de junho, a partir das 17h, no estande do Sindicato dos Escritores do DF da 33ª Feira do Livro de Brasília, o livro Tocata e Fuga, publicado pela Editora LiteraCidade.

Esta primeira edição estará à venda por R$ 30 no estande da feira, em tiragem limitada. Mais informações podem ser obtidas enviando e-mail para editoraliteracidade@uol.com.br.

Ana Beatriz Cabral nasceu em Piracicaba, São Paulo, mas mora em Brasília desde a adolescência. Atua como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental desde 2000. Formada em Letras, com Mestrado em Literatura e Doutorado em Educação, tem o hábito de escrever desde a infância, mas começou a ter poemas e contos premiados e publicados, recentemente, a partir de 2011, em certames patrocinados pela Canon, Revista Literária e pela Associação Nacional dos Escritores.

Ana Beatriz conversou com a ANESP sobre o livro e o hábito de escrever. Confira na entrevista abaixo:

ANESP - Este é o primeiro livro que escreve? Como se deu esse processo desde o surgimento da ideia até vê-lo impresso em suas mãos?

Ana Beatriz Cabral - De poemas, sim. Tenho publicações esparsas de contos em revistas eletrônicas, como a Varal do Brasil e Samizdat e em antologias como da Associação Nacional dos Escritores - ANE. Alguns dos poemas do livro também foram selecionados em concursos de literatura e já haviam sido publicados.

O livro de poemas nasceu primeiramente de uma seleção para um projeto da Editora Literacidade, chamado Sementes Líricas, já publicadas, em que era uma coleção de livretos de vários autores, com poucos poemas. Ao receber a resposta da seleção, o Editor me propôs um livro só meu, com mais poemas. Então, tive que vasculhar as gavetas e os cadernos da época de faculdade para encontrar, enfim, o livro tem poemas da vida inteira. Depois, foi um processo de procurar dar uma unidade temática aos textos. O livro é divido em quatro partes que procuram dar essa unidade entre eles.

Ver o livro impresso é emocionante e dá um certo medo de por na rua, mas todo autor quer ser lido, então, que ele siga o seu destino.

ANESP - Quais os temas que os poemas abordam? O que a inspira?

ABC - São quatro temas principais. O primeiro reflete sobre o próprio fazer poético com questões sobre a poesia, como ela surge e o que exige para se mostrar. O segundo tema tem uma conotação mais existencialista e, portanto, uma posição mais reflexiva sobre o estar no mundo e a busca por um sentido da vida. O terceiro tema é mais leve e busca o humor diante da vida e de suas dificuldades e surpresas. Assim, são poemas mais leves e que fazem rir. O quarto tema  apresenta sentimentos como o amor e as relações amorosas, suas dores e delícias.

Esses temas estão alternados, mesclando o leve e o mais reflexivo.

Tudo me inspira. Escrevo desde sempre, desde criança. Os poemas estavam na gaveta. É preciso certa coragem para expô-los, porque são confessionais, em sua maioria.

ANESP - O que os leitores podem esperar dessa publicação? E o que não devem esperar?

ABC - Creio que, talvez, uma certa identificação, pois falo desse espanto todo que é viver. 

Não devem esperar poemas longos e difíceis de ler. São textos curtos, como a vida.

ANESP - Há alguma relação entre a escritora e a EPPGG? De que forma se dá essa associação ou dissociação?

ABC - Sempre brinquei que ser servidor público é quase uma condição própria de quem escreve poesia ou ficção. Nossos melhores escritores foram servidores públicos: Machado, Rosa, Drummond. Não que eu me compare a eles, longe disso. Mas essa condição aliada ao fato de pertencer a uma carreira que nos permite transitar em vários órgãos e lidar com várias políticas é uma grande vantagem, pois abre as perspectivas para enxergar o mundo e o ser humano de outros ângulos que talvez outra profissão não permita. Essa amplitude ao mesmo tempo nos coloca uma carga mais crítica e um olhar mais desafiador no sentido de que temos chance de interferir na realidade que nos cerca e que também nos inspira. 

Por outro lado, digamos, menos interessante, a burocracia, no sentido mais negativo do termo, como algo que emperra a ação, se constitui em uma prisão. Escrever é escapar dela.