Diálogo entre pesquisadores e servidores públicos é tema de artigo de EPPGG no Estadão

A EPPGG Natália Massaco Koga escreve, no blog “Gestão, Política & Sociedade”, do Estadão, sobre a relação entre pesquisadores e servidores públicos – ou seja, entre a teoria e a prática na aplicação e avaliação de políticas públicas. Intitulado “O diálogo entre pesquisador@s e servidor@s e a construção de capacidades analíticas para inovação em políticas públicas”, o artigo tem coautoria de Daniel Caldeira, Marcus Braga e Temístocles Murilo de Oliveira Júnior.

De início, os autores defendem que não se faz inovação sem pesquisa, sem instituições e sem atores dedicados a estudar de forma aprofundada e a produzir conhecimento sobre temas relevantes para a sociedade. Trazendo exemplos internacionais, eles destacam casos de participação de pesquisadores seniores no aconselhamento científico aos decisores políticos, como ocorre em países como Alemanha, África do Sul, Estados Unidos, Índia e Reino Unido, além da Comissão Europeia, que também desenvolveu um modelo para a sua engrenagem comunitária inspirado nesse molde.

“De forma geral, as pesquisadoras e pesquisadores são investidos em mandatos de conselheiros científicos, incorporam uma remuneração para acompanhar de forma dedicada os temas de cada ministério e trabalham sob a liderança de um Conselheiro Científico Chefe do Governo, onde fornecem evidências científicas para o assessoramento dos ministros, incluindo a construção de relacionamentos internacionais com consultores científicos e líderes de pensamento internacionais. Para além da possibilidade de contribuir com subsídios para a tomada de decisão estratégica governamental, a participação conta com contrapartida financeira e reveste-se de prestígio e credibilidade curricular acadêmico”, apontam.

Em seguida, são apresentadas iniciativas brasileiras que caminham nessa direção, com o intuito de unir pesquisadoras/es e práticas/os: entre elas, estão o projeto “Cientista Chefe”, em implementação no estado do Ceará; a Revista da CGU, periódico científico editado no âmbito da Controladoria-Geral da União; e a Sociedade Brasileira de Administração Pública (SBAP), que criou, em 2022, o grupo temático permanente GT-23, cujo objetivo é estudar a relação entre ciência e prática no campo da administração pública.

“Tais iniciativas podem se refletir, em médio prazo, no aprimoramento das capacidades estatais, um traço da desigualdade regional em nosso federalismo, e que demanda mais do que transferências de  recursos, e sim projetos de estímulo ao desenvolvimento local, mesclando as dimensões top down e bottom up, o que depende de uma certa difusão do saber científico aplicado a políticas públicas, pela construção de capacidades analíticas”, argumentam os autores.

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