Dia do Meio Ambiente: 5 pontos de atenção para o Brasil na COP30

Com a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) acontecendo em Belém (PA), em novembro de 2025, o Brasil tem uma oportunidade única de reforçar seu papel na agenda climática global. 

Pela primeira vez no País, a COP também simboliza um marco importante dos dez anos do Acordo de Paris, além de celebrar 33 anos da Rio 92 (que estabeleceu a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) e 13 da Rio+20, momentos de atuação histórica do Brasil em processos de negociação multilaterais. 

Do ponto de vista global, a COP30 debaterá os seguintes temas: (1) Redução de emissões de gases de efeito estufa; (2) Adaptação às mudanças climáticas; (3) Financiamento climático para países em desenvolvimento; (4) Tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono; (5) Preservação de florestas e biodiversidade; e (6) Justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas.

Como o evento representa uma janela de oportunidades para se avançar e superar desafios colocados para as políticas ambientais brasileiras, neste Dia do Meio Ambiente, a ANESP ouviu a EPPGG Márcia Muchagata, doutora em Estudos do Desenvolvimento pela University of East Anglia e mestre em Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento pela mesma instituição, tendo atuado ICMBio/MMA, sobre os principais pontos de atenção para o governo brasileiro na COP30:

1. Combate ao desmatamento na Amazônia: O Brasil tem conseguido reduzir áreas de desmatamento nos últimos dois anos. Em 2024, a queda foi de 32,4% em áreas desmatadas, mas cabe manter e ampliar ações que impeçam o desmatamento, especialmente diante das críticas internacionais sobre a recuperação da BR-319, que pode abrir novas áreas para exploração.

2. Transição energética e redução de combustíveis fósseis: A COP30 será um momento para o Brasil debater como manter nossa matriz energética relativamente mais limpa que outros países e qual o papel que vemos no futuro para o petróleo. A discussão sobre a exploração na foz do Amazonas é um dos temas mais delicados.

3. Financiamento climático e justiça ambiental: A captação de mais recursos internacionais é fundamental para adaptação climática e garantir que comunidades indígenas, ribeirinhas,  populações tradicionais, moradores de periferias e outras populações vulnerabilizadas sejam incluídas e priorizadas nas decisões.

4. Preservação da biodiversidade e ecossistemas: Como anfitrião da COP30, o Brasil tem a responsabilidade de debater políticas eficazes para proteger a Amazônia e outros biomas, além de levar o tema da conservação do oceano e da sustentabilidade marinha para o debate global, buscando soluções integradas aos ecossistemas costeiro-marinhos e sobre o papel que os oceanos desempenham na regulação do clima.

5. Implementação das metas climáticas: O Brasil, enquanto presidente da COP30, precisa além de dar o exemplo, estimular os países a demonstrar avanços concretos na execução das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), essenciais para cumprir os compromissos do Acordo de Paris.


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