Em CPI da Covid, EPPGG Maierovitch destaca falta de plano para enfrentar pandemia
O EPPGG Claudio Maierovitch foi um dos ouvidos nesta sexta (11) na CPI da Pandemia. Médico sanitarista e ex-diretor da Anvisa, ele participou da sessão ao lado da cientista Natalia Pasternak, após requerimentos dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE). Maierovitch destacou as mortes que poderiam ter sido evitadas com confinamento e boa comunicação e criticou a atual condução da imunização.
"O que poderíamos ter tido desde o início? Em primeiro lugar, a presença do Estado com plano de contenção, preparação, não apenas para as chamadas barreiras sanitárias, de pouca eficácia para doenças que tem portadores assintomáticos, mas especialmente para a detecção rápida, testagem, rastreamento de contato. Tínhamos experiência para fazer tudo isso", afirmou.
Citando estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o EPPGG disse que cerca de 90 mil óbitos poderiam ter sido evitados caso fossem assinados antes os acordos com o Instituto Butantan e a Pfizer. “Certamente se tivéssemos tido alguns períodos de confinamento, uma boa campanha de comunicação, nós teríamos um número de mortes muito menor. Não sei se alguém já fez essa estimativa de forma científica. Mas se formos pensar nestes números em forma de grandeza, dá para pensar em metade dessas mortes evitáveis", afirmou.
Para ele, faltou um plano adequado de enfrentamento à pandemia no Governo Federal, que deveria prever a organização e a resposta do sistema de saúde a essa crise. No plano, deveria constar ainda previsão de insumos, que evitaria falta de oxigênio e kits de intubação profissionais.
A condução da vacinação sem critérios homogêneos entre estados e municípios ainda agravou as iniquidades. "O plano de imunização que tivemos é um plano pífio, que não entra nos detalhes necessários para um plano de imunização que deve existir no país”. A falta de planejamento para aquisição de vacinas também foi tema da fala. "Assistimos estarrecidos um desestímulo oficial a que um grande laboratório nacional assumisse a produção de vacinas".