Memorial para Maria Helena Ribeiro Maier

Este espaço é dedicado à memória de Maria Helena Riberio Maier. Mulher, mãe, servidora pública, EPPGG da 1ª turma, Maria Helena era nossa colega de carreira. Uma pessoa com a história pautada pelo compromisso ao serviço público. Ela nos deixou no dia 17 de agosto de 2020. Compartilhe sua mensagem, seu relato, sua manifestação de apoio à família e aos amigos, para que não nos esqueçamos de Maria Helena.


Maria Helena era uma pessoa solidária na adversidade. É uma qualidade rara que a destacava.
Tinha um estilo direto, bem gaúcha, assertiva, que camuflava por vezes uma vocação inequívoca para a conciliação. Nesses últimos tempos, confusos e desagregadores, sua divisa era: não vamos nos dispersar. E assim agia. Queria manter junto o que o mundo conspirava para afastar.
Sempre tivemos uma relação especial desde que nos conhecemos naqueles já distantes tempos de inicio de nossa aventura no planalto central. Termos trabalhado juntos em tempos confusos foi só mais um detalhe.
Mesmo quando estávamos longe, sempre esteve por perto. Deixa saudade, mas vai continuar por perto.
Até a ouço aqui com aquele acento só dela “mas Marcelão”...
— Marcelo Viana
Maria Helena é minha prima, orgulho de ler memórias tão carinhosas sobre sua pessoa. Descansa em paz. saudades.
— Lurdes Eckhardt
Conheci Maria Helena somente em 2020. Na semana em que a carreira de EPPGG completava 30 anos a convidamos para gravar um pequeno vídeo, coisa que ela aceitou prontamente, e combinamos de nos encontrar na hora do almoço na sede da Anesp. Tivemos uma conversa muito gostosa sobre o início da carreira antes de começar a gravação. Ela falou um pouco daquele momento, do longo curso de formação, então com mais de um ano de duração, e de como ela e um grupo de colegas lutaram para poder ficar com seus filhos pequenos no alojamento. Era extremamente simpática e educada e rapidamente percebi que era merecedora de todo o meu respeito e da minha gratidão. A primeira turma lutou muito pela carreira e ela fez diferença, trazendo, entre outras, as questões das mulheres para o debate. Leio neste memorial as homenagens, converso com colegas e todos são unanimes em falar de sua dedicação ao trabalho, de sua capacidade técnica, de sua energia e de seu bom humor. Saber de sua morte, nesse momento particularmente tão difícil para o país, causa enorme tristeza, agravada pelo fato temermos ir às cerimônias de despedida, de não podemos abraçar os colegas ou consolar familiares. Apesar disso continuamos aqui, Maria Helena. Buscaremos honrar sua memória não desistindo de lutar por um país mais justo e igualitário.
— Márcia Muchagata
Quem me apresentou a Maria Helena, ainda no nosso curso de formação, foi nosso querido e saudoso amigo em comum, Alfredo. Desde aquele dia, tive uma simpatia extrema por ela e sempre que nos encontrávamos, sua presença era cheia de carinho e de boas conversas.
Triste pela sua partida prematura...
Meus sinceros sentimentos e força à família!
— Lara Amorelli
Mesmo sem conhecê-la, presto minhas condolências a seus familiares. A ela prometo que estaremos lutando contra as desigualdades sociais, atuando na gestão pública.
— Gilberto Nagata
Conheci a Maria Helena na SAF, a Subchefia de Assuntos Federativos. Lá nos tornamos amigos.

Da última vez em que a encontrei, ela estava entre as suas e os seus colegas e amigas de turma, com um olhar fraterno e amoroso. Tão próximo desse evento, é tristeza incomensurável a notícia da morte da Maria Helena e ainda a primeira pessoa morta de Covid-19 do Planalto, servidora Pública concursada, e Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, uma carreira de Estado.

Na minha convivência com a Helena, além dos temas federativos, a legislação, arena, sistemas, instrumentos, ferramentas, instâncias - que dominava -, conversávamos também muito sobre teoria. Maria Helena estudou psicanálise. Conhecia e admirava muito Carl Jung. Os olhos da minha amiga brilhavam nessas conversas. Versava sobre a metafísica em profundidade, quando se entusiasmava ao falar, e eu me empolgava com a grandeza da Maria Helena!

Aplicava também esse conhecimento em perspectiva da trajetória profissional dela, a partir da enorme luta desde o curso/concurso de formação na ENAP, a batalha para o surgimento e institucionalização da carreira de EPPGG e as últimas décadas e anos no serviço público. Um manancial de saber. Um maná para aquelas pessoas que puderam privar da convivência com Maria Helena e escutá-la. Orgulhos de ser servidor e servidora Pública.

Mas isso não era tudo. Tratava-se de muito mais. A trajetória e a vida pessoal também eram revisadas em retrospectiva, com o enorme amor que tinha e demonstrava pela filha, filho e mãe dela. Os olhos da minha amiga se acendiam novamente. E eu me emocionava e me emociono também.

Marcante também era a abordagem das lutas que precisou travar pelo fato de ser mãe e mulher no serviço público. Isso aumentava o orgulho de ser mãe da Micaela e do Diego, combinada à trajetória profissional que perfizera, com superação de barreiras, aguerrida.

Um gestor me repassou da lista de e-mails de EPPGGs, por ocasião da morte da Maria Helena que sofremos, sobre a necessidade de preservação da memória, em uma análise histórica.

Uma estudiosa e dois estudiosos que lembrar de Maria Helena me fazem pensar, em meu precioso convívio com minha amiga, são a Silvia Federici, o Pierre Bourdieu e o Raymundo Faoro. Mas isso ensejaria estudos sistemáticos, que não cabem nem neste espaço, nem no tempo deste breve relato, nem no caráter meramente ensaístico que aqui teria. Apenas situam a possibilidade de reflexão da história de vida da Maria Helena em uma agenda de pesquisa, em um balanço histórico (com a relação Estado e sociedade) mais amplo, do Brasil contemporâneo.
— Marcello Barra
A Maria Helena é um símbolo dos mais importantes da Turma de 88 e da carreira das e dos EPPGGs. Uma guerreira e uma pioneira da luta das mulheres gestoras. Deixa marcas profundas de dedicação ao setor público e à nossa carreira. Deixa um vácuo insubstituível de liderança e de fraterna amiga de muitos de nós. Sempre alegre e repleta de comentários saborosos sobre a vida. Que Deus a receba de braços abertos e que de lá dos céus ela continue nos iluminando, como uma estrela radiante, nossa trajetória interminável e nem sempre fecunda ou ascendente, como hoje vivemos, de transformação do Estado. Fraterno sentimentos aos filhos e demais familiares.
— Adelmar Torres
Meus sentimentos à família da Maria Helena vou ficar com muita saudade ela era uma pessoa muito especial choro todos os momentos que eu vejo a foto das nossas a querida amiga que pena nos deixou tão cedo força meu querido Diego e minha querida Micaela e familiares muito triste mas ela está em bom lugar que Deus abençoe a todos familiares e amigos e colegas e amigos de todos os nossos queridos um dia abençoado para todos muita tristeza em meu coração.
— Milza Lima
Para Maria Helena,
Ela soube - a par das obrigações e do ethos profissional de EPPGG sênior - manter a atenção aos novos membros da carreira, preocupar-se cotidianamente com o desenvolvimento dos EPPGGs, e ainda ter tempo para uma palavra de carinho nas agruras comuns à lida na Esplanada. Tenho certeza de que ela está com Deus!
— Geraldo da Costa Júnior e Família
Uma grande amiga que se foi. Deixa muitas saudades.
— Luis Alfredo Alves Correa
Nossos sentimentos e orações por ela!
Deus conforte a família e os amigos! Maria Helena deixa grande legado à carreira de EPPGG e ao serviço público!
— Elder Linton Alves de Araujo
Deixo registrado aqui meus sentimentos aos amigos e familiares de Maria Helena. Conheci-a em um momento de dificuldade profissional. Mesmo não me conhecendo, Maria Helena percebeu a minha angustia e ofereceu apoio e solidariedade, transmitindo informações que me possibiitaram resolver o problema. Durante o tempo em que fui EPPGG, Maria Helena foi realmente das poucas pessoas que apresentou esse carater de humanidade acima de interesses. As demonstrações que tenho visto com relaçao a sua partida, me fazem crer que essa gaucha afetuosa era realmente especial e merece todas as homenagens dos colegas e do funcionalismo publico em geral.
— Graziela Machado Madsen
Pessoa mais que especial,sem palavras pra descrever essa flor que Deus recolheu para seu jardim...
— Luciane Maier
Muito amiga de minha mãe, Léa Amarante, Maria Helena foi uma pessoa marcante em minha vida, cresci ao lado do Diego, e sempre estava ali da sua forma única, especial, amiga e presente, jamais esqueceremos ela, se manterá viva em nossos corações!!!!
— Ivan Amarante
A lembrança que tenho de Maria Helena é de uma pessoa simpática, doce, generosa, bom papo e interessada nas coisas da vida e da carreira. Sempre presente nos eventos da carreira, Maria Helena fez um trabalho importante para a sobrevivência e reconhecimento da carreira na Esplanada. Sua morte prematura deixará muitas saudades.
— Oswaldo Reis Junior
Como disse o grande poeta Renato Manfredini, é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Pois, na verdade, não há.

Perdemos Maria Helena Ribeiro Maier, uma das lideranças da Carreira de EPPGG, um de seus símbolos, uma mulher de coragem, de garra, de luta.

Mas também de carinho, de amizade, de companheirismo, participativa, ativa.

Que nunca deixou esmorecer a sua confiança e sua luta por um Brasil melhor, com mais justiça social, mais igualdade entre homens e mulheres, mais amor e mais amizade.

Maria Helena foi muito presente em minha vida, nos últimos 32 anos.

Na minha formatura de Cinema na UnB, ela estava lá. Sempre foi muito solidária comigo, em todas as horas. Minha amiga. Talvez eu não soubesse demonstrar, mas ela sempre teve um cantinho só dela nesse coração burocrático.

Nas confraternizações e comemorações de nossa trajetória desde 1988, ela era sempre a primeira a tomar a iniciativa e organizar tudo, para manter a chama acesa.

Em fevereiro passado, quando comemoramos os 30 anos de investidura no Cargo de EPPGG, foi dela a iniciativa de reunir o grupo da 1ª. Turma para comemorarmos e lembrarmos do que nos unia, mais do que nos divide.

Maria Helena sempre foi uma desbravadora, uma mulher engajada profissionalmente, dedicada ao trabalho, mas sem deixar de ser uma mãe extremamente amorosa e presente.

Ela se foi abruptamente, sem aviso prévio, sem nos deixar dizer Adeus. Mais uma vítima dessa pandemia louca que virou tudo de ponta-cabeça.

Vamos sentir demais a sua ausência. Mas enquanto houver um Enapião, até não restar mais nenhum, ela vai estar presente.

Quem é amado não morre nunca.
— Luiz Alberto dos Santos
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Maria Helena era uma pessoa íntegra, forte e emocional. Era muito querida. Sua generosidade e afetividade contrastavam com sua desconcertante franqueza, que desarrumava o interlocutor, paralisado pelo seu olhar determinado e envolvente.

Veio para Brasília atendendo a um chamado nacional, para fazer parte da construção do Estado Democrático, meritocrático e profissionalizado. Foi uma orgulhosa gestossaura por toda sua carreira, abrindo caminho na burocracia brasiliense sem medo e sem dever nada a ninguém.

Em um momento em que o corporativismo é escolhido como vilão responsável por tantos problemas, Maria Helena teve uma dedicação à carreira que sempre foi construtiva e positiva.

Sua espontaneidade era ao mesmo tempo engraçada, intimidadora e provocante. Longe de ser uma burocrata anódina, Maria Helena levava seu trabalho a sério, sem com isso necessariamente perder o bom humor.

Quem conhece Diogo e Micaela vê, nas pessoas interessantes que são, o convívio com uma Mãe corajosa e curiosa. Vai ser muito bom tê-los por perto porque são únicos ao mesmo tempo em que nos fazem lembrar

Maria Helena foi embora antes da hora. Tinha lá seus problemas de saúde, como quase todos da mesma geração. Mas a gente vai ficar na dúvida se isso aconteceria se estivéssemos tratando da pandemia do corona vírus como deveríamos.

Vida que segue.
— Chico Gaetani

Tomei um susto com a notícia do falecimento da Maria Helena.

Convivi pouco com ela, mas sempre a respeitei. Ela nem me conhecia direito (estava há pouquíssimo tempo na carreira e trabalhávamos em áreas distintas da Esplanada), quando meu marido (Helio) sofreu um AVC em 1997.

Ela ficou sabendo do ocorrido e, mesmo sem me conhecer, me ligou, oferecendo para ajudar na transferência do Helio do Hospital de Base para o das Forças Armadas. Eu não pude aceitar, porque ele estava em coma induzido e não seria seguro! Mas tal atitude bem demonstrava o grande coração que ela tinha! Foi, concretamente, o meu primeiro contato com ela! Muito marcante!

Infelizmente, estamos vivendo um pesadelo, onde irresponsabilidade cívica, narcisismo e interesses politico/ eleitoreiros se somam na produção do caos. Nunca imaginei vivenciar um momento como este no Brasil.

Procurei acreditar, mesmo com algumas ressalvas, na capacidade do brasileiro de conviver com as diferenças e apostar na solidariedade. Imaginei que o país pudesse alcançar a Maioridade Cívica no espaço de gerações. Me enganei, redondamente! Ao invés disso, parece estarmos retrocedendo na história, onde Egos exacerbados e uma ideologização rasteira se agigantaram. Só espero que tudo isso possa ser passageiro. E que servidores lúcidos, e verdadeiramente comprometidos com a coisa pública e não apenas com as suas agendas pessoais consigam fazer o trem voltar aos trilhos...

Meus verdadeiros sentimentos à família da Maria Helena. Que ainda possamos confrontar esta crise com coragem e integridade!
— Verônica Lima
 
Não posso afirmar que Maria Helena e eu fôssemos amigas. Não a conheci antes de entrar na carreira, quase 10 anos após o início de sua caminhada no Quadradinho.

Mas quis nossas trajetórias profissionais que nos cruzássemos em momentos críticos para a carreira e é sobre essas lembranças que construí uma imagem dela, que deve ser sempre recordada. Lembro-me dos “passeios”, por assim dizer, que fazíamos no Congresso Nacional, para angariar apoio às pautas de nosso interesse, tramitando por aquelas Casas; lembro-me, também, de sua paixão pela defesa de um projeto de vida: conciliar a feminilidade, a maternidade, o profissionalismo e o trabalho na Administração Pública.

É de se reconhecer que, para os que transpunham a primeira impressão, ela era uma grande amiga, do tipo que ficava ao seu lado não importa o que acontecesse. Lembro-me de vários relatos de suas demonstrações de afeto e pude presenciar alguns, nas ocasiões em que nos encontramos, em eventos de socialização da carreira, pelos corredores da Esplanada ou da Enap. Não é pouco dizer que ela deixará uma lacuna considerável em todos esses ambientes pelos quais circulou.

O que mais vou me lembrar sobre Maria Helena? Sua risada, seu amor pelos filhos, sua generosidade e sua crença geral de que todo EPPGG não é apenas mais um barnabé na Esplanada.

Sua morte foi repentina, mas sua vida não foi fraca. Sua memória estará sempre conosco e seu legado continuará, na lembrança dos colegas de carreira, seus amigos e seus filhos. Maria Helena sorriria se estivesse aqui lendo as mensagens nesse mural. Ela teria, certamente, alguma história engraçada para contar, com detalhes mais picantes, sentiria que é respeitada e, por um momento esqueceríamos nossa tristeza por sua passagem.

Sempre pioneira em muitas atividades que desenvolveu, espero que esteja bem, onde quer que seja esse lugar, e que os espaços que abriu sejam não apenas ocupados, mas ampliados por nós, que a seguimos no trajeto na carreira e na Administração.

Que a saudade nos seja leve.
— Regina Luna

Lembrar de Maria Helena Maier é lembrar de uma pessoa intensa, que viveu muitas fases, como cada um de nós. São muitos os adjetivos que poderia enumerar a respeito dessa amiga, mas gostaria de destacar a delicadeza que estava presente nessa mulher forte e batalhadora.

A última vez em que a vi foi na posse da diretoria da ANESP, ela me hospedou em sua casa. No dia em que cheguei a Brasília, desculpou-se por não ir ao aeroporto me receber, e deixou com o porteiro a chave de seu apartamento. Ao entrar, encontrei um bilhete carinhoso, dizendo-me que ficasse à vontade, e que faria de tudo para chegar a tempo à cerimônia de posse.

Na volta ao Rio de Janeiro, trouxe comigo o bilhete, em papel timbrado da Presidência, como recordação dos dias que passamos juntas. Mal poderia saber que seriam os últimos. Em vida, pois que na minha memória ela tem e sempre terá um lugar bem especial.
— Leila Capella
Maria Helena, doce guerreira !!!!

A sua partida repentina choca.

Deixa triste, meio embriagado.

Após enxugar as lágrimas, vem as lembranças:

Mulher amiga, agregadora,

Peleante como boa gaucha,

Profissional séria e competente,

As vezes dura, mas sempre respeitosa,

Destemida e ponderada.

Deixa mais que saudades:

Deixa o apego a princípios,

Deixa o exemplo ético,

Deixa o carinho aos humildes.
— Valmir Dantas
Tive o prazer de trabalhar com Maria Helena em dois momentos, em 2003 no Fome Zero e depois em 2007 no FNDE. Aprendi muito. Era uma pessoa determinada, colocava seus pontos de vista com firmeza. Mas sempre muito bem embasada. Uma professora que tive na minha carreira. Descanse em paz mestra!
— Luiz Rangel
Gabriel Hoewell