Fiocruz abre unidade para pesquisas no DF
Acordo fechado com a UnB permitirá à Fundação ampliar a representação brasiliense, com a oferta de cursos para qualificação profissional de servidores públicos
O ensino e a pesquisa na área da saúde em Brasília ganharão um reforço a partir da próxima segunda-feira. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entidade subordinada ao Ministério da Saúde e referência em qualificação de pessoal e desenvolvimento de estudos sobre saúde pública, passará a funcionar em um prédio com laboratórios e salas de aula no Distrito Federal. A fundação tem, atualmente, apenas um escritório de representação no DF, que ocupa um conjunto de salas em um prédio alugado pelo ministério na Asa Norte. O novo prédio, situado no câmpus da Universidade de Brasília (UnB), tem 10 mil metros quadrados e abriga 15 salas de aula, um laboratório de informática, uma biblioteca, auditórios e salas de reuniões. O local terá capacidade para 750 alunos. A obra custou R$ 20 milhões, pagos pela União.
O espaço maior e mais equipado permitirá a formação de servidores do governo federal em áreas com carência de profissionais. Entre elas, políticas públicas em saúde, gestão hospitalar, saúde mental, direito sanitário, políticas de nutrição. Os cursos existirão tanto na modalidade mestrado quanto especialização lato sensu. A existência de uma sede para a Fiocruz em Brasília também deve beneficiar a população do DF, na visão do diretor da fundação na capital federal, Carlos Alberto Matos. “Conquistas nossas, como resultados de pesquisas em medicina, vacinas, testes hospitalares, estarão mais presentes em nível local”, destaca Matos.
Ele informa, ainda, que a fundação assinou um convênio de cooperação com a UnB e que estuda firmar parceria, também, com a Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), do Governo do Distrito Federal. “Com isso, poderemos nos envolver mais com a realidade e com projetos locais. A Fiocruz sempre faz isso nas localidades em que se instala”, diz.
Contratações
Carlos Matos explica que, atualmente, sete pesquisadores trabalham no escritório de Brasília principalmente com levantamento de dados estatísticos importantes para o Sistema Único de Saúde (SUS). A fundação tem ainda 130 funcionários das áreaa técnica e administrativa na capital federal. As principais linhas de pesquisa desenvolvidas no DF são direito sanitário; alimentação e nutrição; educação, cultura e saúde; políticas públicas; bioética e saúde; e relações internacionais e saúde.
Com a sede no câmpus da UnB, o leque de estudos deve ser ampliado e deve haver mais contratações, tanto de pesquisadores quanto de funcionários. É possível que professores também sejam contratados, mas a ideia inicial é utilizar profissionais da Fiocruz lotados em outras partes do país. Os novos trabalhadores serão contratados por meio de concurso público. Ainda não existe um número fechado, mas a quantidade de pessoas vinculadas à fundação trabalhando no DF deve subir para 200 em um primeiro momento. “A Fiocruz tem um concurso com 1,2 mil vagas previsto para este ano, e pode ser que algumas delas sejam destinadas a Brasília”, diz Carlos Matos.
Segundo ele, a princípio, atividades como o desenvolvimento de vacinas e medicamentos não devem ocorrer no DF, porque o novo edifício não está equipado com laboratórios para isso. Entretanto, a parceria com a UnB pode tornar esse tipo de pesquisa possível, uma vez que a universidade tem o espaço físico adequado.
Fonte
Correio Braziliense – 04 de junho de 2010