Pré-sal: especialistas alertam para aplicação dos recursos
Alvos de brigas de influência política entre estados brasileiros, os ainda in calculáveis recursos do pré-sal já ganharam um destino garantido: o Fundo Social, que prevê o investimento em educação, no combate à pobreza, na cultura, no meio ambiente e na tecnologia do país. Mas o direcionamento de verbas se não for bem gerido e executado não é garantia do retorno esperado, como disseram especialistas ouvidos pelo JB.
O professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vê a “falta de capacidade de execução” como o maior problema.
– Temos um problema de execução. Às vezes se tem um monte de dinheiro, mas não se executa. Independentemente de ter mais royalties, o estado não tem conseguido gastar bem. Precisa melhorar essa aplicação – diz o professor.
Para o presidente da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp), Ricardo Vidal, é o momento do estado repensar como está implantando seus serviços e produtos ao cidadão:
– O dinheiro do pré-sal a rigor não é da União. O estado é somente um intermediário para essa verba chegar à população. (O recurso) não pode ser repassado como se estivesse em um cheque em branco.
Claudio Abramo, da Transparência Brasil, ressalta a importância da verba dos royalties em 40% dos municípios brasileiros que dependem desses recursos para 90% do orçamento.
– O dinheiro é mal gasto de forma geral.
Fonte
Jornal do Brasil – 08 de setembro de 2009