“Inovação como um processo”: em artigo, EPPGG debate Gestão da Inovação

Em texto publicado na RAE (Revista de Administração de Empresas), da FGV/EAESP (Fundação Getulio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo), o EPPGG Trajano Tavares Quinhões, em coautoria com Luís Velez Lapão, discute a necessidade de – para além da inovação em si – pensarmos em ferramentas de gestão que estimulem ambientes inovadores.

Partindo de uma profunda revisão bibliográfica sobre o tema, os autores apontam que, ainda que os líderes das organizações entendam que inovar é uma necessidade, eles ignoram a importância do papel da gestão da inovação e da criatividade: “Esse viés pode ocorrer por dois motivos: a falta de clareza na compreensão da inovação num sentido mais empreendedor e mercadológico, e a resistência em estabelecer um procedimento mais formal, organizado e eficaz para a gestão da inovação a partir de uma percepção equivocada do antagonismo entre disciplina e criatividade”, apontam.

No artigo, Quinhões e Lapão apresentam a gestão da inovação sob a perspectiva da inovação como um processo. Nesse sentido, a inovação é entendida como um fluxo que começa com uma massa de ideias inovadoras sobre um problema específico, que são selecionadas e refinadas até que sejam aplicadas na resolução do problema e, eventualmente, para a comercialização.

Pensar em “processo” é importante porque, segundo os autores, grande parte da investigação sobre gestão da inovação busca identificar “melhores práticas” gerais; porém, as empresas diferem em suas fontes de inovação e nas oportunidades tecnológicas e de mercado. Assim, as características específicas de cada organização dificultam a noção de uma fórmula universal para a inovação bem-sucedida: “Ainda não existem evidências de um ‘único’ ou ‘melhor’ sistema para as organizações realizarem e gerirem a inovação, ou as melhores ferramentas que devem fazer parte de um sistema de gestão da inovação mais completo, ou ainda o contexto certo para implementar uma agenda específica”, afirmam. 

Em suas considerações, os autores apontam características (mais do que modelos) importantes para se pensar a inovação: “Uma organização que foi desenvolvida para atender um mercado específico não evolui e nem gera inovações de forma natural. É preciso ousadia e disposição; conhecimento científico e experiência em sua área de atuação; acesso a tecnologias modernas para pesquisa; conexões e parcerias em diferentes fases da inovação; agir de forma mais dinâmica; e estar em sintonia com os desafios setoriais, políticos e de mercado. Além de tudo isto, as organizações necessitam dos meios de planejamento e gestão mais adequados. As organizações precisam encarar a inovação de maneira mais séria, compreendendo a sua natureza estratégica e construindo capacidade para a geri-la”, concluem.

O EPPGG Trajano Tavares Quinhões atua na Fundação Oswaldo Cruz, na assessoria da vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde; já Luís Velez Lapão está associado a três centros de pesquisa portugueses: o Digital & Smart HealthCare Laboratory e o WHO Collaborating Center for Health Workforce Policy and Planning, ambos na Universidade Nova de Lisboa; e o LASI, Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes.

Leia a íntegra do artigo.


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