Em artigo no GGN, EPPGG discute riscos do financismo globalizado

Foto: Agência Brasil

O EPPGG Paulo Kliass publicou artigo no Jornal GGN, no qual debate os riscos do financismo globalizado, cuja autonomia é, em sua análise, cada vez maior em relação a estados e organismos de controle. Para exemplificar, ele ressalta que o Banco Internacional de Compensações (BIS) – em teoria, o “banco central dos bancos centrais” – previa, para dezembro de 2023, um estoque de 667 trilhões de dólares aplicados em capital financeiro ao redor do mundo. Em comparação, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima o valor do PIB global, no mesmo período, em 110 trilhões de dólares.

“Isso tem significado uma elevação da autonomia da esfera do financismo em relação aos movimentos da chamada economia real. Tal descolamento do capital improdutivo em relação à dinâmica da produção material de bens configura um dos elementos que reforçam a instabilidade estrutural do sistema e contribui para a eclosão mais frequente de crises”, afirma.

A existência de tal quantidade desse tipo de capitais, com possibilidade de migração sem controle nem antecipação prudencial, coloca o conjunto das economias do globo a descoberto, com elevado risco de exposição: “Uma informação também relevante a respeito da volatilidade desse estoque de dinheiro refere-se ao prazo de maturidade dos títulos. Ainda de acordo com o BIS, mais de 75% dos derivativos têm vencimento inferior a um ano”. Isso significa que mais de 500 trilhões de dólares podem flutuar pelos mercados financeiros globais em menos de 12 meses, assevera o EPPGG.

“Esta característica reforça o elemento de especulação e eleva a incerteza quanto aos modelos de previsão de comportamento dos detentores de tal tipo de riqueza financeirizada”, finaliza.

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