“Combate ao desmatamento não é um entrave ao crescimento econômico”, afirma EPPGG em artigo no UOL

Ocupando o espaço da ANESP na coluna Diálogos Públicos, o EPPGG Luiz Rodrigues debate as políticas públicas – e a ausência delas – voltadas ao combate ao desmatamento no Brasil. Segundo Rodrigues, o país havia conseguido, por meio de esforços diplomáticos, uma posição favorável no Acordo de Paris em relação ao seu papel global na redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. As contribuições brasileiras à luta contra a crise climática se dariam, principalmente, no controle do desmatamento florestal. Contudo, preocupa-se o autor, o Brasil parece estar perdendo sua chance:

“O Brasil ganhou uma grande oportunidade de usar esse acordo para acelerar o desenvolvimento do país, mas parece, lamentavelmente, estar desperdiçando esse potencial por não combater o desmatamento de forma integrada e efetiva, gerando insegurança sobre setores fundamentais da nossa economia como a produção de energia, a indústria e a agropecuária”, escreve, no texto que é também assinado pela engenheira ambiental Marcela Rodrigues, assessora de projetos do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal.

Em suma, os autores desmontam a falácia de que crescimento econômico e desmatamento são necessariamente proporcionais – para que um cresça, o outro precisa crescer também. Afinal, as evidências mostram o contrário: de 2005 a 2010 a economia nacional teve amplo crescimento, enquanto o desmatamento caía. “A produção econômica do Brasil não é dependente do desmatamento”, asseveram.

Porém – para lamento da dupla –, parte da inteligência no comando do Estado brasileiro parece não ter percebido a oportunidade em mãos. Eles indagam se algumas pessoas acreditam que há algo positivo no desmatamento: “Nos últimos anos, o Brasil não se esforçou para combater o desmatamento, e nem utilizou todas as ferramentas ao seu dispor para desbaratar crimes ambientais na região Amazônica”.

Por fim, os autores do artigo – intitulado “Políticas públicas de combate ao desmatamento: Chance perdida?” – reforçam a necessidade de se tornar consenso que o desmatamento não vale a pena e que seu combate não é um entrave ao crescimento econômico: “Tal consenso precisa contar com o Centro de Governo do Estado Brasileiro neste arranjo de combate ao desmatamento orientando as ações de toda a estrutura governamental, enviando comunicação clara e não-contraditória. Quem ganha é todo o Brasil, mas especialmente o setor produtivo”, finalizam.

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