Políticas de proteção social podem ser pilares para o crescimento da economia, defende EPPGG

O EPPGG Rogério da Veiga foi entrevistado pelo jornal O Dia na segunda-feira (8/8). Com passagem pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o especialista falou sobre mecanismos de combate à pobreza e sobre o desenho de políticas públicas de distribuição de riquezas no Brasil: “Precisamos construir políticas de proteção social que sejam pilares para o crescimento da economia e atuem como um mecanismo para o crescimento ser distributivo, reduzindo as desigualdades”, asseverou Veiga na conversa com a jornalista Aline Macedo.

Uma das críticas do EPPGG foi direcionada à mudança de desenho do Auxílio Brasil em relação ao Bolsa Família. Segundo Veiga, o novo formato incentiva as famílias a mentirem no cadastro, “no sentido de separar as famílias para conseguir mais auxílio”. Além disso, a obrigação de matricular as crianças na escola e manter a vacinação em dia eram traços importantes do Bolsa Família; contudo, tais exigências foram deixadas de lado no novo auxílio: “As pessoas viam quase como uma punição, mas mostrava a importância de fazer com que o Estado monitore e acompanhe as crianças fora da escola, e faça algo para elas se manterem lá. Atualmente, houve um desmonte dessas exigências e vemos um aumento muito grande na evasão. Assim como temos visto a redução da cobertura vacinal para doenças como pólio e sarampo”, critica Veiga.

Vale lembrar que, a partir desta 3ª (9/8), o Auxílio Brasil aumentará o pagamento mensal para R$ 600 por beneficiário – mas até dezembro, somente. Devido à proximidade com o pleito de outubro – faltam 54 dias até o primeiro turno – e seu caráter provisório, o aumento tem sido criticado como uma medida eleitoreira. Esse é um problema, analisa Veiga, uma vez que os programas sociais precisam ser estruturados para além de interesses eleitorais.

Entre outros pontos, Veiga também comentou sobre a atual fila para receber os benefícios sociais: “Uma das características das famílias mais pobres é a volatilidade da renda: qualquer evento pode jogá-las na extrema pobreza. Então as filas são ainda mais maléficas em momentos como a crise atual”. O EPPGG também julga necessário que haja mecanismos que garantam a manutenção do poder de compra do valor dos benefícios sociais: “No mínimo, é preciso garantir a correção da inflação”, defendeu.

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