No UOL, EPPGGs debatem desigualdades de gênero no serviço público

As EPPGGs Iara Alves e Elizabeth Sousa Cagliari Hernandes aproveitaram o espaço da ANESP na coluna “Diálogos Públicos”, no UOL, para refletir sobre desigualdade de gênero e a importância da diversidade no serviço público. O artigo, intitulado “Por que precisamos de mais mulheres na gestão pública?”, pode ser lido neste link.

Segundo as autoras, a presença de mulheres em cargos da administração pública tem resultados práticos evidentes, como o fortalecimento de políticas públicas que abordam a exploração de trabalhadoras domésticas; a violência doméstica; a dupla carga de trabalho; a sobrecarga das mulheres trabalhadoras da saúde; entre outros temas. Elas destacam ainda um estudo recente que mostrou que municípios governados por mulheres tiveram menores taxas de hospitalização e óbito na pandemia de covid-19. “As prefeitas demonstraram maior capacidade de implementar medidas de prevenção”, concluem.

Falsas simetrias

Alves e Hernandes alertam também para uma suposta aparência de igualdade existente hoje na administração pública. Afinal, quase metade da força de trabalho nas carreiras federais (41,4%) é composta por mulheres. Contudo, pontuam as autoras, as desigualdades persistem: as posições mais altas na hierarquia burocrática são ainda ocupadas por homens. “As mulheres estão em posições técnicas de menor poder, subordinadas a homens. Nos cargos de primeiro escalão da burocracia, como de secretarias nacionais e presidentes de fundações e autarquias, as mulheres eram apenas 16,2%. Entre diretores e assessores especiais, os homens eram 75,3%”, escrevem.

Some-se a isso situações cotidianas de discriminação, como assédio moral e sexual e estereótipos de gênero, assim como a sobrecarga entre cuidados domésticos e carreiras, que dificultam a participação das mulheres nas organizações. A necessidade de mais mulheres nos espaços de decisão, dessa forma, não se sustenta em argumentos de empoderamento individual, mas sim em relação “à conscientização do empoderamento coletivo de todas as mulheres, para mudar as estruturas sociais que as subjugam aos homens”, concluem.


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