“Privilegiados não somos nós. Privilegiado é quem precisa de foro privilegiado pra escapar da justiça”, diz Presidente da ANESP após encontro com Vice-Líder do Governo na Câmara

Alex Canuto, de terno claro, é Presidente da ANESP. Foto: Filipe Calmon / ANESP

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) esteve reunido na tarde desta terça-feira (19) com o Deputado Federal Rogério Rosso (PSD-DF), Vice-Líder do Governo na Câmara dos Deputados. Em pauta, a Reforma da Previdência. Após o encontro, os líderes do Fórum avaliaram a reunião e traçaram estratégias para 2018.

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Após um início em que o foco da propaganda governamental era o ajuste orçamentário, o governo mudou a estratégia e a propaganda sobre a Reforma da Previdência passou a acusar, de forma generalizada, servidores públicos de serem privilegiados. "O governo sabe que não tem mais bala na agulha para aprovar a reforma da previdência, mas tem que fazer teatrinho pro mercado, para conseguir chegar até o final do mandato. E, enquanto isso, vai atuando silenciosamente para abafar a Lava-Jato. O governo está se mantendo à base de factoides: diz que vai privatizar e não privatiza para que as nomeações em estatais continuem como moeda de troca; diz que vai fazer ajuste fiscal, mas abre os cofres públicos com liberação de emendas parlamentares. Agora resolveu atacar os servidores das carreiras de Estado, chamando-os de privilegiados. Mas essa proposta de reforma não ataca os privilégios da velha classe política, ataca sim quem passou em concurso público por mérito individual. Privilegiados não somos nós. Privilegiado é quem precisa de foro privilegiado pra escapar da justiça”, avalia Alex Canuto, Presidente da ANESP.

Segundo Canuto, é fácil perceber de quem é a culpa pela crise econômica e pela crise moral pela qual atravessa o país. “Veja o exemplo do Rio de Janeiro. Dizem que se o Brasil não reformar a previdência chegará ao mesmo ponto. Oras, o Rio de Janeiro está sem dinheiro porque foi roubado sucessivamente pela velha classe política, e não por causa da previdência. É preciso acabar com a corrupção e com o patrimonialismo. E quem investiga e prende esses corruptos? Servidores públicos concursados”, conclui.