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República.org lança anuário que revela perfil do serviço público brasileiro

A República.org lançou, recentemente, o Anuário de Gestão de Pessoas no Serviço Público 2024, que revela o perfil e os desafios do serviço público brasileiro. Por meio de uma análise minuciosa da força de trabalho pública no País, a publicação desmonta mitos, expõe desigualdades e apresenta propostas para tornar a gestão pública mais efetiva e inclusiva.

Entre os mitos desmontados está o de que há um excesso de servidores trabalhando no Estado. O que o anuário revela é que o Brasil tem apenas 12,2% de sua população economicamente ativa trabalhando no serviço público, número inferior ao de países como Reino Unido e França, onde mais de 20% da força de trabalho atua no setor público.

Além disso, 61,7% dos servidores brasileiros estão nos municípios, onde a maioria das servidoras são mulheres, especialmente negras. Elas enfrentam salários menores e barreiras de acesso a cargos de liderança, ainda dominados por homens brancos. “A gente precisa dessa representatividade também nos cargos de liderança, pois toda a diversidade da população brasileira deve estar refletida no serviço público. É essencial que os interesses de toda a diversidade da sociedade sejam considerados nas decisões governamentais. Essa representatividade pode resultar em políticas que sejam para todos”, afirma Vanessa Campagnac, gerente de Dados e Comunicação da República.org.

Outro dado destacado no documento é o crescimento expressivo dos vínculos temporários no serviço público. Entre 2003 e 2022, o número desses cargos aumentou 1.760%, passando de 38,5 mil para 716,2 mil. Apesar da expansão, a maioria dos servidores continua sendo formada por profissionais com vínculo estatutário efetivo (isto é, ingressantes por concurso público), que compreendem 66,8% do total.

“Nosso principal objetivo foi reunir boas informações públicas nesse volume, para que a gente consiga um panorama mais preciso do serviço público no Brasil”, diz Campagnac. Além dela, o anuário é assinado por Ana Luiza Pessanha, Paula Frias e Ana Paula Sales. As análises estão baseadas em dados oriundos de fontes como RAIS, PNAD Contínua e OIT (Organização Internacional do Trabalho), além de estudos e análises de especialistas.

Leia o anuário na íntegra.


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