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Qualidade do ar segue ruim no Brasil: confira recomendações do Ministério da Saúde

O ar no Brasil continua com a qualidade crítica. Dados de satélites atualizados diariamente pelo observatório climático Copernicus, por exemplo, mostram que a mancha vermelha, indicativa de alta concentração de aerossois – partículas em suspensão no ar que prejudicam a saúde – segue pairando sobre o Brasil, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte.

Para além da seca, a situação é agravada pelo espalhamento de queimadas. Neste domingo (15), incêndios de grandes proporções atingiram o Parque Nacional de Brasília. O fogo voltou a se espalhar nesta segunda-feira (16), aproximando-se da Asa Norte e outros pontos da cidade. Segundo agentes de combate às chamas do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do corpo de bombeiros, 700 hectares já foram queimados.

Ao todo, no Brasil, 5,65 milhões de hectares foram queimados em agosto – o mês responde por quase metade (49%) da área queimada no País desde janeiro deste ano, de acordo com o MapBiomas. O estado de São Paulo é um dos destaques negativos: 86% (ou 370 mil hectares) da área queimada no estado entre janeiro e agosto deste ano ocorreu no mês passado. O fogo atingiu predominantemente áreas agropecuárias (88,7%), especialmente de cultivo de cana-de-açúcar, com 236 mil hectares queimados. A grave situação fez São Paulo aparecer como a pior cidade em qualidade de ar em um ranking com 100 cidades monitoradas pela empresa IQAir.

Impactos na saúde

Nas últimas duas semanas de agosto, foi constatado um aumento significativo do número de atendimentos por náuseas e vômitos em comparação com a média histórica desde 2022. Os estados mais afetados foram Goiás (46% de aumento), Mato Grosso (58%), Distrito Federal (99%) e Tocantins (191%). As informações são da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA).

Frente a isso, o Ministério da Saúde tem feito uma série de recomendações à população e, também, a gestores públicos. As ações governamentais estão sendo coordenadas via Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, que havia sido estabelecida ainda em julho deste ano, com o propósito de planejar respostas a emergências como secas prolongadas e escassez de água.

Confira as recomendações:

Para a população:

  • Aumentar a ingestão de água potável e procurar locais mais frescos;

  • Evitar atividades físicas em áreas abertas;

  • Evitar ficar próximo dos focos de queimadas;

  • Pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos são mais vulneráveis aos efeitos à saúde decorrentes da exposição à poluição do ar e ao calor extremo e precisam de cuidados maiores e manutenção de consultas em dia;

  • Em caso de sintomas de náuseas, vômitos, febres, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas de cabeça, no peito ou abdômen, buscar atendimento médico. 

Para gestores:

  • Reforçar o atendimento nos serviços de atenção à saúde, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA);

  • Monitorar as informações de qualidade do ar, umidade relativa do ar e temperatura;

  • Monitorar oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social;

  • Garantir a oferta adequada de pontos de hidratação e nebulização, avaliando a necessidade de novas estruturas junto aos serviços de saúde (tendas e salas de hidratação);

  • Capacitar e orientar equipes de atenção à saúde para compartilhar informações com a população, identificar e manejar em tempo oportuno riscos e agravos à saúde, especialmente em pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos;

  • Reforçar ações de promoção e atenção à saúde mental. 


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