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“O cenário é de terra arrasada”: EPPGG analisa legado da gestão Bolsonaro na máquina pública

Foto: Alan Santos/PR

“O cenário é de terra arrasada, apesar da resiliência da máquina pública”: assim escreve o EPPGG Marcelo Viana Estevão de Moraes em artigo na coluna Diálogos Públicos, parceria da ANESP com o UOL. Para ele, que é também pesquisador do Centro de Altos Estudos de Governo e Administração da Universidade de Brasília (CEAG/UnB), o sistema federal de governança e gestão virou “peça de ficção” nos últimos anos: “Na prática, sobraram ações voluntaristas e amadoras, movidas a casuísmos, vocacionadas para o demérito e a incompetência, cujo efeito real foi a desorganização da administração pública federal”, sentencia Moraes.

O autor explica que o governo Bolsonaro herdou da gestão Temer um sistema de governança da administração federal nucleado no Centro de Governo e os contornos gerais do que deveria ser uma estratégia nacional de desenvolvimento econômico e social (ENDES) de longo prazo que orientaria o conjunto dos planejamentos setoriais de curto e médio prazo, integrando-os organicamente. 

Contudo, o governo federal abdicou de ter um Centro de Governo que assumisse o protagonismo da coordenação governamental. “As pastas ministeriais palacianas que deveriam cumprir esse papel de condução das prioridades foram sucateadas pela alta rotatividade de titulares, pela prática clientelista e pela nomeação de indivíduos cujo predicado maior era o alinhamento incondicional a delírios ideológicos”, critica Moraes, para quem o Centro de Governo, na administração Bolsonaro, “colapsou”: “Houve o desmonte de políticas públicas e instituições, a perseguição a servidores de carreira, o cerceamento da transparência pública e a implosão de estruturas colegiadas que cumpriam o papel de articular esforços e parcerias entre a administração e a sociedade civil”, observa.

O resultado de tais práticas, avalia o EPPGG, “foi um governo sem entregas que, no desespero sucessório, se perdeu no descalabro fiscal, na compra de apoio e em ações fragmentadas: enfim, um legado maldito”, finaliza.

Leia o artigo completo.


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