No UOL TAB, EPPGG fala sobre uso de dados em políticas de emprego
Em matéria publicada no UOL TAB, o EPPGG Mário Magalhães foi entrevistado – junto a outros especialistas – sobre o uso de dados para o planejamento, a execução e o monitoramento de políticas públicas voltadas ao emprego. A reportagem foi realizada pela jornalista Giuliana Saringer.
Para Magalhães, que já atuou na Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, os dados existentes – oriundos de pesquisas como a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e a Pnad – são bons; contudo, eles são de difícil manipulação, o que prejudica seu uso para embasar políticas públicas.
Magalhães usa a Pnad Contínua como exemplo: o IBGE divulga os microdados, que podem ser usados por pesquisadores qualificados; porém, existem algumas limitações de cruzamento de informações; essa rigidez do sistema, segundo o EPPGG, prejudica o gestor que quer utilizar a pesquisa para embasar a formulação de uma política específica.
“O problema é muito mais de ficar olhando esses dados e ver o que eles estão falando do que não ter as estatísticas. Elas estão lá e só não fazem o suficiente a respeito. Eu diria que hoje a questão maior é de a própria política pública poder utilizar esses dados”, afirma.
Outro fator relevante a respeito das pesquisas e da produção de dados (que mais tarde embasarão políticas públicas) é a forma com que são feitas. Magalhães defende que as pesquisas domiciliares e cadastros administrativos deveriam conversar mais. De acordo com ele, isso ajudaria na construção de um retrato ainda mais fiel do mercado de trabalho brasileiro.
“Quando você vai fazer um diagnóstico de mercado de trabalho, você tem pessoas que transitam de uma atividade de autônomo para uma atividade de emprego, e, às vezes, tem pessoas que fazem os dois ao mesmo tempo. Você tem um emprego, mas também é autônomo”, diz.