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No Estadão, EPPGGs discutem regulamentação do Programa de Gestão e Desempenho

Em texto publicado na coluna “Gestão, Política & Sociedade”, do Estadão, os EPPGGs Marcelo Viana e Marcos Nunes abordam os desafios expostos pela regulamentação do Programa de Gestão e Desempenho (PGD), feita recentemente pelo atual governo. Para eles, a medida sinaliza que o teletrabalho “veio para ficar, derrubando alguns pilares tradicionais da cultura burocrática, como o 'controle de ponto'”, escrevem. O que está por trás da medida, entendem os autores, é uma mudança de foco da administração pública – mais interessada, agora, na geração de resultados.

Eles explicam que, no PGD, as modalidades de trabalho presencial e teletrabalho são articuladas conforme os objetivos programáticos e organizacionais almejados. O grande desafio, afirmam Viana e Nunes, passa a ser conectar o microgerenciamento da força de trabalho com as ações de macrogovernança que constam do Plano Plurianal (PPA), dos demais planos programáticos e dos orçamentos, bem como dos planejamentos estratégicos institucionais, desenvolvendo métricas de aferição da eficiência, da eficácia e da efetividade em diversos níveis – organizacional, equipes de trabalho e individual.

“A implementação do programa a partir de agora demandará melhoria contínua por conta da diversidade de maturidade institucional das organizações, necessidade de adaptações normativas em diversos níveis, introdução de inovações tecnológicas e capacitação intensiva para o adequado uso dos novos instrumentos de gestão”, apontam.

Os EPPGGs comentam ainda alguns efeitos negativos do teletrabalho, que o leva a sofrer resistências em sua implementação. Pelo lado gerencial, o trabalho remoto exige planejamento mais acurado e, na micropolítica corporativa, a vigilância de pessoas e espaços é um atributo do exercício de poder. Trabalhadores também resistem quando há uma intensificação do controle processual do trabalho remoto em regime de home office: “O transplante da dinâmica de trabalho do escritório para a residência abole a esfera de proteção doméstica e pode, no limite, levar ao burnout, com efeitos deletérios sobre a produtividade em diversos horizontes temporais”, afirmam.

Dessa forma, o novo modelo do PGD não deve ser visto como panaceia, mas sim como uma perspectiva promissora, “uma verdadeira reforma administrativa”, nas palavras dos autores, “desde que acompanhada de monitoramento e gerenciamento intensivos capazes de antecipar e resolver gargalos normativos e operacionais que inevitavelmente surgirão, mas preservando a diretriz de geração de valor com foco em resultado, conciliando a macrogovernança de políticas e organizações públicas com a microfísica do gerenciamento cotidiano da força de trabalho”, defendem.

O texto é fruto de parceria entre o Diálogos Públicos, a ANESP e o Gestão, Política & Sociedade. Leia a íntegra.


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