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FCRB e ANESP debatem o SUS, sua trajetória, desafios e lições da pandemia

A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) e a ANESP realizam mais um evento no âmbito do Ciclo de Debate sobre Políticas Públicas Inovadoras. No próximo dia 9 de julho, das 18h às 20h, no Rio de Janeiro, o tema “SUS: trajetória, desafios e lições da pandemia” será discutido a partir de uma palestra com Luiz Antônio Santini (UFF/Fiocruz), tendo como debatedores José Gomes Temporão (ex-ministro da Saúde) e Claudio Maierovitch (EPPGG/Fiocruz Brasília). A moderação será feita por Lúcia Lippi (FGV). 

É possível acompanhar o evento pelo YouTube ou presencialmente, na sede da FCRB, na Rua São Clemente, 134, Botafogo, Rio de Janeiro. 

A atividade integra simultaneamente os Ciclos de Debate sobre Políticas Públicas Inovadoras (parceria entre FCRB e ANESP) e sobre Direito e Sociedade (parceria entre FCRB e AJD), ambos do Programa Rui Barbosa e o Tempo Presente - PRO-Rui, da Fundação. 

Sobre o debate

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, que atende atualmente cerca de 220 milhões de brasileiros. Ele oferece aos pacientes desde atenção primária, como as consultas médicas e acompanhamento pelo médico de família, até tratamentos e cirurgias de alta complexidade, como os transplantes de órgãos, em todo o território brasileiro.

O SUS é composto pelo Ministério da Saúde, pelos estados e pelos municípios, em articulação, com cada um desses entes sendo co-responsável pelo seu bom funcionamento, sempre regido pelos princípios da universalização, da equidade e da integralidade.

Por meio do SUS, o Estado brasileiro garante aos seus cidadãos o acesso universal à saúde pública, uma vez que, antes de sua criação, apenas os trabalhadores vinculados à Previdência Social recebiam assistência médico-hospitalar, enquanto os demais brasileiros dependiam das entidades filantrópicas.

Desde a sua fundação, em 1990, até os dias de hoje, o SUS propiciou uma série de conquistas para a saúde do brasileiro. Entre elas, merece destaque o Programa Nacional de Imunização (PNI), responsável pela quase totalidade do mercado de vacinas do país, e com excelência reconhecida internacionalmente. Com o PNI, o Brasil garante à população o acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para inúmeras doenças e faixas etárias, nas unidades da rede pública de saúde espalhadas pelo território nacional.

Por outro lado, o SUS também enfrentou grandes desafios, como a pandemia de covid-19 e, sobretudo, a disseminação de desinformação sobre a doença, inclusive entre autoridades do governo, que terminou pautando o posicionamento do governo federal diante dela, prejudicando o seu combate e a mitigação dos seus efeitos. Como resultado, chegamos a mais de 750 mil mortes pela doença. 

Adicionalmente, o baixo investimento em saúde realizado nos últimos anos, contribuiu para o sucateamento do SUS, o que, aliado à corrupção, muitas vezes atrapalha quem mais precisa do bom funcionamento dele: a população.

Como instituição pública e federal, muitos fatos políticos e históricos marcaram e foram marcados pelo SUS. Entre leis, disputas e grandes acontecimentos, o SUS sempre estará visceralmente presente no cotidiano da maioria dos brasileiros, cuidando daquilo que, além de um direito, é da natureza humana preservar – a vida, a saúde e o bem-viver.

Conheça os participantes

Luiz Antonio Santini (palestrante)

Médico, cirurgião de tórax e professor da Universidade Federal Fluminense. É pesquisador associado da Fiocruz. Foi Diretor-Geral do INCA de 2005 a 2015. Teve atuação política na Reforma Sanitária e, em especial, na implementação do SUS. 

José Gomes Temporão (debatedor)

Médico sanitarista, pesquisador da Fiocruz, membro da Academia Nacional de Medicina e político luso-brasileiro. Foi, durante os anos 70 e 80 um importante militante da Reforma Sanitária, que posteriormente se consolidou na criação do SUS. Foi o ministro da Saúde mais longevo entre todo o período do PT na presidência (2003-2016), tendo uma passagem especialmente marcante pelo êxito no combate ao H1N1, pelas inúmeras campanhas vacinais de adesão nacional como a campanha contra a Rubéola, que bateu recordes históricos de vacinação, e pela primeira quebra de patentes da história do Ministério da Saúde.

Claudio Maierovitch Pessanha Henriques (debatedor)

Médico sanitarista da Fiocruz de Brasília, mestre em medicina preventiva, foi secretário municipal de saúde de Santos, presidente da Anvisa, e diretor de vigilância de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, dedicado à avaliação de tecnologias, vigilância sanitária, vigilância em saúde, epidemiologia, saúde coletiva e gestão.

Lúcia Lippi Oliveira (moderadora)

Professora Emérita da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas. Graduada em Sociologia pela Puc-Rio, mestre em Ciência Política no IUPERJ – Cândido Mendes e retornou à Sociologia em seu doutorado na USP. Fez sua carreira profissional como pesquisadora e, mais adiante, professora  em um centro de pesquisa e documentação em História Contemporânea do Brasil (CPDOC), onde ingressou em 1976. Suas pesquisas estiveram dirigidas para a análise da produção intelectual dos pensadores/ideólogos/acadêmicos que discutiram a construção de uma identidade nacional para o Brasil a partir dos anos 1920. 

Serviço

Evento “SUS: trajetória, desafios e lições da pandemia”

9 de julho, terça-feira, 18h

Sala de cursos da Fundação Casa de Rui Barbosa

Rua São Clemente, 134 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ

O evento será transmitido pelo canal do YouTube da FCRB.


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