Eventos com EPPGGs debatem situação de rua no Brasil; MDS lança publicação sobre o tema
O Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) publicou, nesta quarta-feira (11), um estudo aprofundado sobre a situação de rua no Brasil. O mote da pesquisa é: “Primeiro, conhecer. Depois, transformar”, em reconhecimento aos poucos dados disponíveis sobre as pessoas que estão em situação de rua no País.
O evento de lançamento foi realizado em parceria com Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e, na ocasião, foi anunciado um novo módulo do Observatório do Cadastro Único, com informações e análises específicas para aprofundar o conhecimento sobre a população em situação de rua.
A EPPGG Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad), fez a apresentação do caderno de estudos no evento e destacou o trabalho feito pelo Observatório: “A gente lança o Caderno 37, que é fruto de um grande diálogo e de uma parceria interinstitucional, e a gente lança aqui também um Observatório que traz dados de quem são as pessoas em situação de rua, como vivem, dados mais específicos que estão públicos no Observatório do Cadastro Único. É possível abrir um painel sobre as pessoas em situação de rua e ter informações mais detalhadas: perfil etário, há quanto tempo estão na rua, porque vivem na rua, se tem algum vínculo familiar, se frequenta alguma instituição pública ou não-governamental”.
A publicação pode ser acessada aqui.
Tema também foi debatido no Ipea
Na última quinta-feira (5), o tema também foi debatido no âmbito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), quando a pesquisadora Joana Mostafa apresentou resultados de sua tese de doutorado sobre as condições e invisibilidade da população de rua.
O EPPGG Marco Antonio Natalino, que atua no Ipea e é autor de diversos estudos sobre a questão, apresentou contribuições valiosas, ao discutir a situação de rua como um reflexo da pobreza extrema e das desigualdades sociais no Brasil. Para ele, a discussão sobre as barreiras de acesso ao serviço público e a discricionariedade dos agentes públicos revela a restrição de direito à cidade de forma mais geral pela coletividade:
“Uma cidade da convivência, das praças, dos bancos, dos espaços de encontro, da manifestação cultural, ou seja, uma cidade viva, se opõe a uma cidade como zona liminar que serve como espaço de deslocamento entre espaços privados, que é onde você pode ter de fato socialização”, frisou.