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EPPGG fala à Folha sobre a insegurança de renda gerada com o Auxílio Brasil

Matéria da Folha publicada nesta terça (26) traz informações de como o furo no teto de gastos promovido pelo governo federal não vai garantir nem a cesta básica para os mais pobres.

A reportagem, que ouviu a EPPGG e socióloga Letícia Bartholo, afirma que a ação é considerada no governo como a boia salva-vidas para a tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro. O programa Auxílio Brasil, que vai substituir Bolsa Família, nasce com um valor nominal de mais que o dobro do atual, mas a corrosão da inflação e os anos sem reajuste mantêm o benefício insuficiente para a compra de uma cesta básica mensal.

A ideia do governo é que o Auxílio Brasil, aposta de Bolsonaro para atrair voto do eleitorado de baixa renda, seja de ao menos R$ 400 de novembro deste ano até dezembro de 2022. Após isso, não há garantia de que esse valor será mantido.

Segundo o DIEESE, uma cesta básica individual mensal com treze grupos alimentares custava em média R$ 497 em sete capitais do Norte e Nordeste (Belém, Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Recife e Salvador), em setembro. Ou seja, ainda a depender da variação inflacionária de outubro, o valor que será pago para a maioria das famílias no Auxílio Brasil representará cerca de 80% do valor da cesta básica necessária para alimentação saudável de um adulto, nessas capitais.

A socióloga Letícia Bartholo, especialista em políticas públicas e gestão governamental e ex-secretária nacional adjunta de Renda de Cidadania (2012-2016), afirma que o jeito com que o governo trabalhou a questão transmite à população uma situação de “insegurança de renda”.

“A cada dia o benefício tem um valor, a gente não sabe por que R$ 400, porque não foram apresentados estudos de impacto sobre a pobreza e desigualdade, nem estudo sobre impacto orçamentário. A sensação que pode estar sendo transmitida para a população é de insegurança de renda. Você não sabe quando vai poder contar com esse benefício ou não, e qual o valor ele terá”, diz.

Ela afirma ser difícil disfarçar a motivação eleitoral da ampliação temporária do programa.

Acesse matéria da Folha aqui.


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