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EPPGG discute inteligência artificial e futuro do trabalho em artigo na Exame

Em artigo publicado na revista Exame, a EPPGG Diana Coutinho discute os avanços da inteligência artificial (IA) generativa – como, por exemplo, o ChatGPT – e seus impactos na produtividade de trabalhadores e nos empregos (humanos) ao redor do mundo. A autora demonstra preocupação, especialmente em relação à maneira com que o Brasil se prepara para este novo cenário, em que tecnologias aceleram a produtividade e alteram relações trabalhistas tradicionais: “O setor público precisaria ser ágil, o que não parece tão realista”, assevera.

Ao longo de seu argumento, Coutinho explora uma pesquisa da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), conduzida por Willian Adamczyk e Leonardo Monasterio, que se debruçou sobre a susceptibilidade à automação das carreiras no setor público. De acordo com o estudo, em cenário pré-inteligência artificial generativa, 20% dos mais de 500 mil servidores públicos federais estavam em ocupações com elevada propensão à automação: “Cruzando com dados previdenciários, [os autores] estimaram que a automação poderia suprir a aposentadoria de mais de 50 mil servidores”. Coutinho complementa: “Se por um lado a automação pode gerar economia aos cofres públicos, por outro (a sua falta) traz pressão nos gastos: 30% dos servidores federais ocupam atividades com baixa propensão à automação e já têm mais de 50 anos. Brevemente, a administração pública precisará substituir cerca de 150.000 servidores”, prevê.

Para a autora, porém, a chegada da inteligência artificial avançada muda este panorama: considerando o cenário global de crescimento anual da produtividade do trabalho – vinculado ao desenvolvimento da IA –, “em 8 anos podemos compensar a perda dos servidores para a aposentadoria e evitar a necessidade de reposição”. A economia em salários proporcionada pela automação no setor público federal, calcula, pode chegar a 2 bilhões de reais mensais – mais de 20 bilhões ao ano.

“A inteligência artificial generativa veio para ficar. Tal qual o surfista precisa enxergar a onda, se posicionar bem e nadar com vigor para surfá-la, nós precisamos ter visão e agilidade para que a IA turbo seja uma oportunidade para o Brasil superar o inferno astral de sua produtividade do trabalho. Se não fizermos nada, provavelmente nossa produtividade vai tomar mais um caldo”, provoca Coutinho, que conclui seu texto questionando qual a estratégia brasileira para enfrentar as inevitáveis mudanças postas pelo desenvolvimento avançado das inteligências artificiais.

Leia a íntegra.


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