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EPPGGs vencem Prêmio Espírito Público 2020: entrevista com Guilherme Almeida

Os EPPGGs Guilherme Almeida de Almeida e Luanna Roncaratti estão entre os vencedores do Prêmio Espírito Público 2020, na categoria Governo Digital – maior premiação de reconhecimento de pessoas que transformam o setor público brasileiro, cujo foco está na continuidade dos projetos e caminhos que levam os trabalhadores públicos às suas contribuições pelo Brasil.

Em 2020, estão sendo premiadas trajetórias que impactaram o setor público na área de Educação, Gestão de Pessoas, Governo Digital, Meio Ambiente e Segurança Pública.

A ANESP falou com os dois especialistas em políticas públicas premiados. Nesta quarta-feira (16), o entrevistado é Guilherme Almeida de Almeida. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e mestrado em Administração Pública pela Columbia University, ingressou na carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental no governo federal em 2009. Sua trajetória parece ter começado ainda na infância, quando a curiosidade e a vontade de aprender tudo o que era novo marcaram o caminho que o trouxe até o momento presente.

Na sexta-feira (18), Luanna Roncaratti será a entrevistada da vez.

ANESP: A que você atribui a conquista do Prêmio Espírito Público 2020 e quais os desafios que acompanham essa conquista?

Guilherme Almeida: É um prêmio de reconhecimento de trajetórias individuais e não um prêmio de inovação ou reconhecimento de projeto específico. Ele apenas mostra que eu tive a oportunidade de trabalhar com pessoas fantásticas e fazer coisas maravilhosas nos lugares por onde eu passei. Porque, obviamente, ninguém faz nada sozinho. Então é um prêmio que eu recebo junto com as pessoas com as quais eu trabalhei no Ministério da Justiça, na ENAP e na Presidência da República ao longo destes 13 anos de vida pública.

ANESP: Qual a grande contribuição do Laboratório de Inovação em Governo (GNova) no aprimoramento das políticas públicas?

G.A.: Independentemente de ser um prêmio de reconhecimento de trajetórias individuais, acredito que receber esse prêmio dá uma visibilidade muito grande para a atividade que eu ajudei a conduzir na ENAP, de implementação de uma diretoria de inovação e um Laboratório de Inovação em Governo. A principal transformação trazida por um laboratório desta natureza, em Governo, é influenciar no dia a dia da política pública princípios e valores como empatia, foco no cidadão e experimentação. Trazer isso para a prática da vida pública de uma forma ágil, testando antes de implementar, buscando entender quais são os reais problemas junto com as pessoas e, sobretudo, tendo esse espírito e atrevimento de tentar conseguir o novo e mobilizar recursos para isso, acho que é uma das marcas de um laboratório de inovação.

ANESP: Como funciona a plataforma Desafios, do GNova, e qual sua contribuição específica neste momento de pandemia? Há projetos em execução? É possível auferir resultados iniciais?

G.A.: Com relação à Plataforma Desafios, é sempre bom lembrar que ela é uma plataforma de inovação com foco em inovação aberta, ou seja, quando o governo vai buscar na sociedade possíveis caminhos e soluções para resolver problemas que ainda não tinham sido identificados. A plataforma tem pouco mais de um ano e cerca de dez desafios lançados até agora. Mas acredito que os mais marcantes tenham sido os relacionados ao enfrentamento da covid-19. Arrecadamos quase R$ 2 milhões com parceiros como o BNDES, BID, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil e conseguimos receber 600 propostas de soluções relacionadas a temas como saúde, economia, desenvolvimento social relacionados à pandemia. Tivemos 14 soluções premiadas, que foram apoiadas, conectadas de forma a ajudar no seu próprio desenvolvimento.

ANESP: Sua história de vida começa com o relato de uma criança curiosa, que desmontava brinquedos e se interessava em aprender tudo o que era novo. De que forma você atribui a esse começo o desfecho profissional conquistado com o Prêmio Espírito Público 2020?

G. A.: Falando em “curiosidade”, é curioso saber que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – organização de nível internacional, que apoia qualificação em governos – identificou seis competências básicas que os servidores públicos devem ter para inovação do setor no século XXI. Uma delas é justamente a curiosidade. Para mim, olhando em retrospecto, me parece que essa curiosidade que eu sempre tive como algo latente é uma ferramenta não só de inovação, mas também de melhoria da gestão pública. É divertido e curioso ver que essa característica apontada pela OCDE, juntamente com outra muito interessante, que é a insurgência, ou, em português claro, o atrevimento. Então, me parece que juntar curiosidade e atrevimento é uma excelente forma de mobilizar e gerar inovação no setor público. Sozinhas elas não são suficientes, mas juntas elas são requisitos para uma transformação cada vez mais importante, cada vez mais necessária. Sem falar de uma outra característica, que é o foco no usuário, foco no cidadão. Juntar tanto o atrevimento, a curiosidade e essa vontade de transformar com o foco em melhorar a vida da pessoa, me parece que é o que faz a inovação acontecer de fato. Curiosamente, é isso que tem norteado minha atuação no setor público.

 

 

 

 

 


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