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Ensino superior e estar no serviço público aumentam chance de trabalho remoto

Em boletim do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o EPPGG Geraldo Góes faz uma análise sobre o trabalho remoto no início da pandemia, especificamente na região Nordeste. O artigo é assinado conjuntamente com Felipe dos Santos Martins e José Antônio Sena Nascimento, pesquisadores do Programa de Pesquisa para o Desenvolvimento Nacional (PNPD) na Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea e do Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Cetem/MCTIC), respectivamente.

Leia o artigo na íntegra.

Baseados nos dados da pesquisa PNAD Covid-19, os autores identificam que - tanto no Nordeste como no Brasil em geral - ser homem diminui as chances de trabalho remoto, assim como brancos têm mais probabilidade de estar em home office. Contudo, os principais fatores que indicam a probabilidade de a pessoa realizar trabalho remoto é a escolaridade e estar ou não no serviço público: “Os principais fatores que contribuíam para ampliar as chances de a pessoa estar em trabalho remoto no Nordeste do país foram a escolaridade de nível superior completo, que contribui com 26,8%; e estar no setor público, com 12,6%”.

Dessa forma, concluem, estar empregado no setor público aufere maiores chances ao trabalhador de estar em trabalho remoto ou afastado devido ao distanciamento social. “Além disso, as estimativas mostraram que, no tocante ao trabalho de forma remota, a característica individual com maior influência sobre a probabilidade de sofrer alterações no modo de exercer a atividade laboral é possuir o nível superior completo”.

Região Sul também mantém padrões nacionais

Outro artigo no mesmo boletim, assinado também pelo trio Goés, Martins e Nascimento, analisa o trabalho remoto na Região Sul do Brasil. De maneira similar, a região apresenta uma predominância de pessoas com escolaridade mais elevada no grupo em trabalho remoto, assim como estar no setor público também indica maior probabilidade de se realizar home office.

Neste texto, contudo, os autores ressalvam a heterogeneidade do setor privado em termos de diversidade laboral: “Das pessoas ocupadas na atividade agrícola em todo o Brasil, 96,7% encontram-se não afastadas, sendo apenas 0,7% em trabalho remoto”, apontam. Ainda assim, os autores apontam a manutenção dos padrões nacionais: “No Sul também há uma predominância de pessoas com escolaridade mais elevada no grupo em trabalho remoto [...] a estimativa aponta que ser servidor público implicou em ter mais chances de estar trabalhando de forma remota em novembro de 2020 no Brasil e no Sul”.


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