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Especialização em políticas públicas atrai 'elite' de servidores

As pós-graduações da área recebem diferentes nomes, como administração pública, gestão de políticas públicas (GPP) e administração pública e governo. Os currículos, entretanto, têm poucas diferenças

HELOISA BRENHA
DE SÃO PAULO

Imagem: Folha de São Paulo/Divulgação

Logo que Liliane Varanda, 29, começou a trabalhar, percebeu que precisaria de um preparo mais específico para dar conta das demandas de sua organização, que tem aproximadamente 570 mil funcionários e uma receita de quase R$ 178 bilhões –o Estado de São Paulo.

"Senti a necessidade de mais conhecimento em direito administrativo para entender as ferramentas de orçamento e saber como firmar parcerias", conta.
Há quatro anos, a bacharel em relações internacionais foi aprovada em concurso para trabalhar na Casa Civil paulista e procurou uma especialização em políticas públicas para se aperfeiçoar.

"A procura por essa pós está crescendo muito, tanto da parte de servidores públicos como de funcionários de instituições que trabalham em interface com o governo, como ONGs, consultorias e organismos internacionais", afirma a professora da FGV Alketa Peci.

Coordenadora do mestrado profissional em administração pública da fundação no Rio, ela diz que, no ano passado, a demanda foi tão grande que eles passaram a ofertar uma turma com calendário diferenciado para atender alunos de outros Estados. Eles terão uma semana de aulas intensivas na capital fluminense a cada mês e meio.

Segundo a professora, a idade média dos estudantes vêm caindo de maneira expressiva e hoje está em torno dos 33 anos -90% deles são servidores públicos.

"São funcionários de uma elite do setor público. Atuam como gerentes em órgãos federais e secretarias estaduais e municipais. Também há aqueles que estudam em nichos da administração voltados à pesquisa aplicada", diz.

As pós-graduações da área recebem diferentes nomes, como administração pública, gestão de políticas públicas (GPP) e administração pública e governo. Os currículos, entretanto, têm poucas diferenças e variam conforme o corpo docente da instituição.

No geral, eles ensinam teorias das ciências humanas que podem ser aplicadas a ações do governo e de instituições relacionadas.

Nos cursos de administração pública, há formação em métodos quantitativos e teorias clássicas de áreas como economia e sociologia.

Os de GPP também têm uma base teórica de humanas forte, mas costumam dar mais ênfase ao estudo de políticas de governo.

Varanda optou por um mestrado profissional em GPP. "Aplico o que aprendi no curso todos os dias, especialmente os conceitos de federalismo e direito administrativo."

Fonte: Folha de São Paulo