Neste 17 de outubro é celebrado o Dia Nacional da Vacinação, data que coloca em pauta a importância da proteção contra doenças virais para todas as idades. Tradicionalmente, a vacinação era vista como uma prática essencial para crianças, mas a pandemia de covid-19 ampliou o entendimento sobre a importância das vacinas para todas as faixas etárias, impulsionando uma nova percepção em adultos. No entanto, com a pandemia também se criou uma onda de desinformação sobre os efeitos das vacinas, por meio de fake news. Para explicar como tem se dado a Política Nacional de Imunizações na atual gestão no Ministério da Saúde, a ANESP conversou com o EPPGG José Guerra, chefe de gabinete da ministra da Saúde, Nísia Trindade. 

José Guerra é graduado em Direito pela UFBA, foi diretor do Centro Acadêmico Ruy Barbosa e do Diretório Central dos Estudantes. Integra a carreira de EPPGG desde 2007, tendo anteriormente trabalhado no INCRA e Banco do Nordeste. Como EPPGG já atuou nas áreas de Direitos Humanos, Secretaria Geral, Defesa, Casa Civil, Cade e MEC. É chefe de Gabinete da Ministra da Saúde desde abril de 2024. 

Como o Ministério da Saúde estrutura atualmente o PNI e todas as necessidades para imunizar os diversos públicos? Há gargalos?

O Programa Nacional de Imunizações é responsável por definir a política de vacinação do País, desde a aquisição dos imunobiológicos até a sua disponibilização nas salas de vacinação, estabelecimento de normas e diretrizes sobre as indicações e recomendações da vacinação em todo o Brasil.

Nosso país tem dimensões continentais e realidades diversas. Por isso, desde 2023 temos trabalhado com o microplanejamento para atividades de vacinação de alta qualidade. Para treinar estados e municípios para essa técnica, o Ministério da Saúde investiu R$ 150 milhões. A metodologia consiste em identificar as necessidades locais e aplicar as técnicas de vacinação mais eficientes.

Paralelo a isso, criamos o Saúde com Ciência, um projeto que combate as fake news sobre vacinação e retoma o papel do Ministério da Saúde de fonte oficial de informação segura para a população. Para alcançar adolescentes, que geralmente acessam menos os serviços públicos de saúde como rotina, temos trabalhando em parceria com o MEC, para realizar a vacinação nas escolas. Para acessar locais de difícil acesso, isolados, trabalhamos com as Forças Armadas na Operação Gota.

São inúmeros desafios, mas temos conseguido grandes vitórias. De 2022 para 2023 conseguimos reverter a tendência de queda nas coberturas vacinais de 13 dos 16 imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação. A queda vinha sendo registrada desde 2016 e nós estamos revertendo isso.

Diante dos desafios enfrentados durante a pandemia de Covid-19, como o Ministério da Saúde lida atualmente com as fakes news em relação às vacinas e qual é a estratégia para elevar os percentuais de imunizações?

Estamos retomando o papel do Ministério da Saúde como fonte oficial de informação segura para a população. O Saúde com Ciência é um programa de governo, que trabalha incansavelmente contra as fake news e para combater a hesitação vacinal no país. Também criamos o Movimento Nacional de Vacinação, com campanhas regionalizadas para as diversas realidades do Brasil. Também resgatamos a imagem do Zé Gotinha, como grande incentivador da vacinação. São várias estratégias, que juntas, estão trazendo ótimos resultados.

Como podemos incentivar mais pessoas a se vacinarem? Quais as principais campanhas de vacinação do Ministério da Saúde atualmente?

As vacinas oferecidas pelo SUS são testadas e seguras! A vacinação é reconhecida como uma das mais eficazes estratégias para preservar a saúde da população e fortalecer uma sociedade saudável e resistente. Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para reduzir a disseminação desses agentes infecciosos na comunidade, protegendo aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde.

O calendário nacional de vacinação contempla, na rotina dos serviços, 20 vacinas que protegem o indivíduo em todos ciclos de vida, desde o nascimento. Ao agendar uma consulta médica, o cidadão pode e deve atualizar sua situação vacinal. Vacinas salvam vidas. Aliás, esse foi o mote que a própria ANESP divulgou durante a pandemia de covid-19. 

Além das vacinas do calendário, que são oferecidas durante todo o ano, em todos os postos de saúde, o MS realiza também campanhas de estratégias de vacinação anual, como para covid e influenza. Além de campanhas regionalizadas, como a vacina da dengue, que está disponível no momento, em 1921 municípios do Brasil.  

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