“Com conhecimento amplo sobre o papel do Estado, o especialista de políticas públicas e gestão governamental (EPPGG) elabora projetos essenciais para o desenvolvimento socioeconômico, como o Bolsa Família e o CadÚnico”, escreve a jornalista Luany Galdeano em reportagem da Folha de S.Paulo sobre a carreira de EPPGG e a sua relevância para o funcionamento do Estado brasileiro. Para a matéria, foram entrevistados os EPPGGs Elizabeth Hernandes, atual presidenta da ANESP; Roberto Pojo, secretário de Gestão e Inovação, vinculado ao MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos); e Iara Alves, diretora de educação executiva da Enap (Escola Nacional de Administração Pública).

Além de destacar o anúncio das 150 vagas abertas para EPPGG, a reportagem destaca aspectos da carreira, como a sua transversalidade: “A profissão é caracterizada pela transversalidade, quando um mesmo especialista pode trabalhar em órgãos com finalidades distintas”, explica Galdeano, e prossegue: “Os profissionais atuam nas negociações entre ministérios, quando é preciso desenvolver uma política que envolva mais de uma pasta. Portanto, conhecimentos em articulação e resolução de conflitos também desempenham um papel importante”. A jornalista apurou – com base em dados do Sistema Integrado de Administração de Pessoal – que os EPPGG trabalharam, em média, em cinco entidades federais diferentes entre 2001 e 2021.

“Durante a vida profissional, a possibilidade de estar em qualquer entidade da administração faz com que essa rede de pessoas aprimore sua visão e consiga construir melhores soluções e políticas”, avalia Roberto Pojo. Para Iara Alves, a formação interdisciplinar recebida na Enap permite uma transição mais suave entre os órgãos. Além disso, para um EPPGG avançar de posto, é preciso fazer estudos de aperfeiçoamento a cada três anos: “O programa tem cursos relacionados a políticas públicas e gestão e a cada ano é replanejado para ter temas atualizados e de acordo com as necessidades e prioridades governamentais”, destaca.

Já Elizabeth Hernandes, EPPGG há 23 anos, destaca a importância da atuação dos EPPGGs para o funcionamento do País: “Pertencer a uma carreira de Estado pode fazer diferença na vida das pessoas, e me faz colaborar para o melhoramento do país. Sou realizada com essa escolha que, no início, a vida fez para mim, mas hoje eu escolheria novamente”, afirma. Com mestrado e doutorado em saúde, Hernandes começou a atuar como EPPGG no ministério da mesma área. Depois, passou por outros órgãos como o Ministério da Educação e a Presidência da República, e teve experiência em vários projetos sociais, incluindo o Bolsa Família. Hoje, atua na gerência da Imprensa Nacional. Tal trajetória evidencia, por si só, a transversalidade intrínseca às funções e formação dos EPPGGs. 

Por fim, a reportagem afirma que a função de especialista em políticas públicas vem se expandindo pelo país, sendo cada vez mais adotada por governos estaduais e municipais. Hoje, estima-se que profissionais similares ao EPPGG estejam presentes em cerca de dois terços dos estados brasileiros, e têm se difundido por municípios, sobretudo nas capitais.

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