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Ministério de Desenvolvimento Social, do Bolsa Família, ganhará 2.500 funcionários

Cobrado publicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que aumentasse o número de funcionários do Ministério do Desenvolvimento Social, que é responsável pelo Bolsa Família, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou nesta quarta-feira que o governo vai criar mais 2.500 vagas de gestores na área social com salários de cerca de R$ 5.500. O ministro disse que governo pode aumentar os gastos com a máquina pública, mesmo com o fim da CPMF, porque está havendo aumento da arrecadação.

- É evidente que isso nos dá condições de equilibrar melhor nossa previsão de receita. Esses novos cargos serão destinados ao Ministério do Desenvolvimento Social e ao Ministério da Saúde basicamente - disse o ministro durante cerimônia de comemoração dos quatro anos do Ministério do Desenvolvimento Social.

Pouco antes, o próprio presidente Lula cobrou as vagas. Segundo ele, o ministro Patrus Ananias, titular da pasta, já havia pedido aumento do número de funcionários e o Ministério de Planejamento não havia atendido.

Patrus diz que 'mão de Deus' salvou Bolsa Família das críticas

Durante o evento, Patrus voltou a criticar a derrubada da CPMF pelo Congresso e a privatização da companhia Vale do Rio Doce. Ele agradeceu a Deus, que, segundo ele, impediu que o ministério e seu principal programa, o Bolsa Família, fossem inviabilizados em 2004 pelas críticas dos adversários do governo.

- Nos momentos mais difíceis é que a mão de Deus se manifestou da forma muito visível para salvar o Bolsa Família - afirmou Patrus, defendendo que o direito à vida pressupõe a assistência social - O direito à vida é sagrado e é superior ao direito à propriedade e ao lucro.

Entre 1.000 e 1.500 beneficiados por programas sociais e funcionários do ministério e de empresas parceiras lotaram o auditório do Quartel-General do Exército, onde ocorreu a solenidade. Segundo o ministério, os beneficiados foram transportados de cidades-satélites de Brasília pela Secretaria de Assistência Social do governo do Distrito Federal. A solenidade foi conduzida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contou com 16 ministros, mas só Patrus teve um lugar no palco.

O ministro negou, no entanto, que a cerimônia tenha sido um ponto de partida para uma eventual pré-candidatura petista à Presidência da República na sucessão de Lula em 2010.

- Não considero essa questão. Eu não faço política pensando no degrau superior - disse, classificando como errada a impressão de a cerimônia se assemelhou ao lançamento de uma campanha.

Cristiane Jungblut e Jailton de Carvalho / O Globo