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Servidores cruzam os braços hoje

Servidores do serviço público federal de pelo menos 24 estados e do Distrito Federal vão parar por 24 horas hoje para cobrar a retomada de negociações salariais e o cumprimento de acordos firmados com o governo. Os servidores argumentam que a proposta da Lei Orçamentária Anual enviada pelo Executivo ao Congresso Nacional não prevê qualquer novo reajuste ao funcionalismo. Entre as reivindicações, estão a aprovação de planos de carreiras, a revisão de tabelas salariais, o reajuste do auxílio - alimentação e da assistência à saúde e a garantia de paridade entre servidores da ativa, aposentados e pensionistas. De acordo com a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), apenas Amazonas e Acre não participaram da paralisação. Integram a pauta e reivindicação dos servidores o reajuste do tíquete-alimentação e do plano de saúde, paridade salarial entre ativos e inativos e a criação de uma data-base para a categoria.

Indicativo de greve aprovado
Em Brasília, os funcionários irão se concentrar na Esplanada dos Ministérios, a partir das 9h, no Espaço do Servidor. Além da paralisação de hoje, a previsão é que os servidores voltem a interromper o trabalho nos dias 15 e 16 de outubro e, novamente, no dia 22, em um ato público nacional em Brasília. A Condsef garante que parte dos serviços serão mantidos durante a paralisação de hoje. Em assembleia, a categoria votou pelo indicativo de greve partir do dia 10 de novembro, com paralisação por tempo indeterminado. Segundo Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef, os próximos meses serão de intenso trabalho. "As categorias que se sentem lesadas pelo não cumprimento de cláusulas pendentes em acordos demonstraram disposição para lutar, inclusive com uma greve por tempo indeterminado caso necessário. Todos os esforços visam o cumprimento de acordos firmados ao longo de exaustivos processos de negociação com o governo", destaca.

Cadastramento em ritmo lento
Dados da Primeira Secretaria do Senado mostram que mais de dois mil funcionários não haviam participado do censo promovido pela Casa para identificar servidores fantasmas. Convocados a informar o setor de trabalho e função, apenas 4.059 servidores, de um total de 6.302 funcionários, haviam respondido ao levantamento. Por conta disso, o Senado a prorrogou o recadastramento, que começou no dia 27 de agosto. Inicialmente marcado para ser concluído no último dia 27, o procedimento foi estendido até o dia 16 de outubro. Realizado a partir de formulário eletrônico na internet, o recadastramento estaria demorando porque os servidores lotados nos estados estariam com dificuldades para responder. O ato que instituiu o cadastramento prevê a realização anual do censo. Os chefes de setor devem confirmar os dados dos subordinados, como lotação, cargo e função. Dos 4.059 servidores que responderam ao censo, 2.327 são efetivos e 1.732 são comissionados. Quem não responder poderá ter o salário suspenso.

Fonte
Jornal de Brasília - 01 de outubro de 2009