Acordamos neste 20 de novembro de 2020 com a absurda manchete: “Homem negro é espancado até a morte em supermercado do grupo Carrefour em Porto Alegre”. É mais um fato inconcebível do racismo estrutural que persiste na nossa sociedade. A ANESP se manifesta em solidariedade aos familiares do João Alberto Silveira Freitas e se pergunta até quando vamos conviver com a violência física e simbólica contra negros e negras? O que podemos fazer enquanto agentes públicos de uma sociedade doente pela diferença, pela desigualdade de renda e pela desigualdade racial?

Negros no serviço público

Os números refletem o que se vê a olho nu. No país com população constituída por 54% de pessoas negras, apenas 35,6% ocupam cargos públicos no governo federal – e quanto mais alto o cargo, maior é a sub-representação. Por isso, “numa sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”.

O imperativo vale para toda população, mas em particular, para Administração Pública, é tema central de uma campanha necessária, promovida pelo Instituto Republica.org, intitulada “Onde estão os negros no serviço público?”. Nesse ano a ANESP participa da iniciativa, que se propõe a discutir a relação entre diversidade e elaboração de políticas públicas efetivas.

Artur Sinimbu: a população negra tem que ser sujeito do processo de transformação

Em mensagem divulgada neste 20 de novembro de 2020, Artur Sinimbu, EPPGG da 15ª turma, chama a atenção para a responsabilidade que é de todos e todas: “é impossível a gente conceber um projeto de nação, com desenvolvimento econômico e social, sem pensar na população negra, que é maioria da população brasileira, como sujeito desse processo. Por isso, a luta de enfrentamento ao racismo e de promoção do bem estar à população negra, protagonizada pela população negra, existe em prol de toda a sociedade. É essencial que nós, servidoras e servidores públicos, coloquemos nossa expertise e nossa experiência técnica à disposição das transformações tão necessárias”.

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